Os 11 Melhores Filmes de 2019
É era de olhar pra trás e lembrar o que tivemos de bom no ano que passou. Essa é a minha lista dos 11 Melhores Filmes de 2019 (lançamentos comerciais).
11. Vidro (Glass, M Night Shyamalan)
Se existe algo que Shyamalan consegue criar na sua audiência é a expectativa. E agora, ao final da espera, precisamos encarar Vidro de frente. Em comparação com o universo que se encontra, é a aventura menos empolgante da trilogia iniciada em 2000 – mas não menos digna de ser apreciada. Ao invés da tensão do filme anterior ou da procura pela razão de alguém existir nesse mundo, essa conclusão é mais direta ao ponto, usando seus primeiros minutos para fazer reconexões e não demora para mostrar o que realmente queremos ver. E não só um filme de confrontos físicos: há espaço para jogos mentais, questionamentos se aquilo que o diretor mostra é real e a tradicional virada do indiano. E há um carinho naquelas linhas escritas, justificando decisões que parecem providenciais demais numa história que divaga sobre como o mundo se prepararia para super-seres de verdade.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/vidro-critica/
10. Rocketman (Rocketman, Dexter Fletcher)
Quando ouvimos as músicas de quem gostamos é muito fácil abstrair a mensagem, principalmente depois que você se torna adulto. As responsabilidades do dia a dia te impedem muitas vezes de apreciar um álbum em sua plenitude. Rocketman faz um favor aos fãs de Elton John de mostrar o processo criativo de músicas que embalaram muitas pessoas. Assim com a vida de tantos, a história desse famoso musicista é cheia de dores e alegrias, talvez um mais do que a outra. Essa viagem às memórias tem sim uma abordagem que deve ser vista com um tanto de ceticismo, mas isso não impede você de se envolver e cantar com o personagem e, provavelmente, com a plateia da sala.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/rocketman-critica/
9. Coringa (Joker, Todd Phillips)
A intenção de Todd Phillips com sua versão repaginada de Coringa é bem clara, a de que a Warner não está com medo de arriscar. Inspirada na parte mais insana do Palhaço do Crime, esse é uma visão não tão incomum do “e se”. No caso, e se o maior inimigo do Batman realmente existisse no nosso mundo – mais precisamente, como seria um personagem perturbado nos conturbados anos 1980 nos Estados Unidos. Violento e fazendo referências visuais aos clássicos daquela década e alguma inspiração nos quadrinhos, essa produção se descola dos filmes de super-heróis explicando, mas não exaltando as ações do personagem.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/coringa-critica/
8. A Favorita (The Favourite, Yorgos Lanthimos)
Um filme de época com as próprias regras do diretor, comédias, verdades e mentiras – tudo isso embalado pela política deixa A Favorita bem apropriado para o nosso cenário atual, onde temos que cada vez mais ser atentos para não nos deixarmos levar por somente o que ouvimos. Além da qualidade técnica e da atuação do trio principal, é importante notar que mesmo esse sendo um conto do século XVIII, Lanthimos traz seu trabalho mais acessível, mas não menos importante pela atemporalidade e universalidade dos temas tratados. Ainda que na posição confortável da poltrona do cinema, somos colocados como invasores de segredos da corte por meio das câmeras do diretor grego, descobrindo coisas que nenhum chefe de estado gostaria que fossem revelados.
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7. Guerra Fria (Zimna Wojna, Pawel Pawlikowski)
Apesar do nome, Guerra Fria não é sobre o delicado conflito entre as duas maiores potências do mundo nos anos 1950 e 1960, mas uma história de amor e drama entre dois personagens de temperamentos diferentes, e que entre encontros e desencontros nos países que compunham o bloco europeu comunista, também se encontram entre amores e desamores. A maneira de Pawlikowski filmar, já uma assinatura do diretor, torna a experiência tanto intimista quanto histórica, numa aproximação entre estética e linguagem que poucos conseguem atingir. Entre discussões sobre artes variadas, a história de amor dos protagonistas não tem a ver com a guerra, mas mostra como nem o amor passa incólume em tempos assim.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/guerra-fria-critica/
6. Bacurau (Bacurau, Kleber Mendonça Filho)
Em Bacurau há uma síntese do que é ser brasileiro. Essa cidadezinha fictícia não tem nada que você, eu e a maioria de quem vive aqui não passa ou passou. O filme é um thriller, um faroeste, tem doses de ficção científica com uma pitada de distopia e que serve de grande alegoria para o nosso presente. Ainda que as situações sejam um tanto da nossa gente, os problemas que o povo de Bacurau passa podem ser facilmente encontrados em outros lugares, onde interesses dos grandes e poderosos querem tomar o mais básico do que nos faz sermos humanos, uma simbologia que é carregada por mais de duas horas, trazendo uma mistura de espanto com reflexão.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/bacurau-critica/
5. Nós (Us, Jordan Peele)
Provavelmente, todos os perigos que você já passou tinham um alento que apontou Sun Tzu séculos atrás, o detalhe que o inimigo não te conhecia. Isso não acontece em Nós, uma trama de terror e suspense com um toque de ficção científica. Tirando o espectador do conforto, Peele nos leva para o terreno do estranho dentro do conhecido numa história digna dos melhores episódios de Além da Imaginação. Mas ao invés de lidar com o fim da nossa sociedade por uma invasão alienígena, zumbis ou alguma pandemia, aqui a crítica aparece com um rosto familiar, lembrando quem é o nosso maior inimigo.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/nos-critica/
4. Suspiria: A Dança da Morte (Suspiria, Luca Guadagnino)
A falta de criatividade é um dos piores males das artes, por isso que a palavra remake causa um tanto de celeuma por estar, pelo menos normalmente, atrelado à nostalgia. Felizmente, Luca Guadagnino usa apenas um fio narrativo do original e cria uma obra totalmente nova com aquele que ele pode chamar de seu Suspíria: A Dança do Medo. Emprestando de Dario Argento o tema das artes e da bruxaria, o também italiano trouxe uma obra de terror que mistura o gore com o necessário clima para afastar seu filme de outras produções que chocam pelo visual em detrimento da narrativa. Além de não lhe faltar estilo, essa é uma daquelas obras que merecem ter suas camadas escavadas, algumas que podemos descobrir só algum tempo depois.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/suspiria-2018-critica/
3. Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (Midsommar, Ari Aster)
Quando você vê algum político ou pessoa extremista querendo colocar medo em você, por exemplo, na questão indígena, trazendo coisas raras como o infanticídio, desconfie. E isso não é papo aleatório. Em Midsommar: O Mal Não Espera a Noite, Ari Aster nos lembra que é o velho mundo que tem um histórico de violência e para isso usa elementos do paganismo em seu filme não para demonizar uma religião antiga, mas apenas como o elemento do desconhecido para a maioria, algo que não seria atingido pela familiaridade de ritos judaico-cristãos. Ao mesmo tempo, o diretor não quer dizer que o europeu é alguém a ser temido. Apenas que seu passado não é tão limpo quanto muita gente branca por aí defende.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/midsommar-critica/
2. O Irlandês (The Irishman, Martin Scorsese)
Entre discussões sobre o que é cinema ou não, Scorsese em O Irlandês confirma que continua sabendo fazer cinema. O filme é um grande passeio por um dos seus temas favoritos, a máfia, e também uma visita à história mais suja dos Estados Unidos, aquela que nenhum político em sã consciência quer atrelada à terra dos livres, mas que é parte inerente de um caldo que mistura crime e política, evidenciando a linha tênue entre esses mundos, isso é se existe. Mostrando que ainda está em forma, o diretor nos leva por um épico moderno, mostrando uma cicatriz faz parte de uma nação que muitas vezes se apresenta com perfeita.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/irlandes-critica/
1. Parasita (기생충, Bong Joon Ho)
Para todos os efeitos e para deixar as coisas bem claras, Parasita é um filme tão cruel quanto as disparidades entre ricos e pobres. Durante 120 minutos, Joon-ho mostra que a relação entre empregados e patrões pode ser tranquila à primeira vista, mas só aqueles que tem o poder realmente podem mudar a direção das nossas vidas. Todos já ouviram aquelas histórias de empregadas, motoristas ou qualquer outro tipo de prestador de serviço que seria tratado como se fosse da família. Por meio de algumas alegorias e outras situações mais diretas, o diretor coreano expõe que as coisas estão longe de serem assim, falando de uma parte da sociedade é mais fachada do que verdade.
Crítica completa em https://umtigrenocinema.com/parasita-critica/
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