Jogada de Mestre | Crítica | Kidnapping Freddy Heineken, 2015, Reino Unido-Holanda

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Jogada de Mestre é bem dirigido, mas que entra para o rol dos menores filmes de crime falando do sequestro de Freddy Heineken em 1983.

Jogada de Mestre, 2015

Com Anthony Hopkins, Sam Worthington, Jim Sturgess, Ryan Kwanten, Jemima West, Thomas Cocquerel e Mark van Eeuwen. Roteirizado por William Brookfield, baseado no livro de Peter R. de Vries. Dirigido por Daniel Alfredson (A Menina Que Brincava Com Fogo).

4/10 - "tem um Tigre no cinema"Considerando que a indústria cinematográfica lança centenas de filmes no ano, e nem estou falando apenas de Hollywood, é mais do que comum nos depararmos com produções com um elenco de peso, mas que cairão no esquecimento rapidamente. Jogada de Mestre é um belo exemplo disso: traz um ator veterano, outro que fez um sucesso monstruoso no começo da década passada e que caiu no ostracismo, e um bom diretor que está fora do eixo das megaproduções, mas que não consegue passar do comum. Ao se estudar no futuro o ano de 2015, olharemos para trás só pra constar que esse é um ano com muitos desses exemplos esquecíveis.

Sinopse oficial

“Um grupo de sequestradores bola o seu plano mais ambicioso: sequestrar Freddy Heineken, empresário bilionário do ramo de cervejas. O filme acompanha passo a passo do incidente, desde a primeira ideia até o cativeiro, e finalmente à derrota dos sequestradores. A história, baseada em fatos, resultou no maior valor já pago pelo resgate de uma única pessoa.”

Sendo justos com Daniel Alfredson, é possível notar que seus os esforços como diretor são bem feitos. Ele conta sua história de maneira quase documental ao usar o efeito da câmera na mão – pela veracidade do caso –, e vai desenrolando a história do sequestro de Freddy Heineken (Hopkins) por meio das páginas do jornal, da TV e do rádio, o que reforça esse realismo. O diretor também usa uma fotografia mais granulada, um aspecto de razão mais fechado e uma série de contrastes visuais, sendo o mais importante uma conversa que Cor van Hout (Sturgess) tem com a esposa, onde a imagem de um céu azul e plano aberto contra outro fechado mostra a situação que os dois se encontram.

Outro elemento interessante é como Alfredson diferencia Willem Holleeder (Worthington), Cor van Hout e seus dois amigos em suas distintas personalidades. Os quatro se diferem pelos ternos que usam logo no começo da narrativa – que vem precedida por uma desnecessária conversa entre Heineken e seus captores. O roteiro também é hábil em justificar a violência dos personagens e a perspicácia deles em mostrar que aquele não é só um plano idiota, focando em detalhes como as luvas e as roupas novas.

Porém, com o encerramento do primeiro ato, percebemos que há muito estilo, mas pouco conteúdo. Na verdade, fica cada vez mais difícil defender a produção que fica arrastada, pouco interessante e com quase nenhum conflito. Ainda que baseado em fatos reais, o cinema pode se dar certas liberdades, e se o que aconteceu no cativeiro foi só o que vemos durante o segundo e no começo do terceiro ato, fica bem claro que a história foi muito esticada para caber no quesito longa-metragem.

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Ainda sobram bons momentos, como a conversa de van Hout tem com Heineken sem o intermediário de máscaras, um plongé quando o empresário e acha que as coisas estão perdidas para ele e seu motorista, um singelo flashback onde uma decisão é tomada, e alguns momentos da música do compositor Lucas Vidal. Mas por contar uma história de maneira bem simples e desinteressante, Jogada de Mestre constará no rol dos menores filmes de crime, que alguns ficaram surpresos pelas caras que tem, e seguido pelos fatídicos comentários sobre o desconhecimento da participação de Sir Philip Anthony Hopkins.

Veja o trailer de Jogada de Mestre

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".