Hotel Transilvânia 3: Férias Assombradas | Crítica | Hotel Transylvania 3: Summer Vacation, 2018
Hotel Transilvânia 3: Férias Assombradas mostra o avanço técnico do estúdio no quesito animação, servindo mais de portfólio do que filme.
Já há algum tempo que as animações rentáveis dos grandes estúdios – Dreamworks, Pixar, Blue Sky – geram continuações que parecem não terminar. Com uma ou outra exceção, elas se parecem demais com Hotel Transilvânia 3: Férias Assombradas. Não no quesito da estrutura ou história, mas por serem produções que visam mais mostrar o avanço técnico na animação e não refletem isso no roteiro. Ao deixar de lado o coração da história, o que sobra são piadas isoladas, mesmo que engraçadas, e o deslumbre de notar o pulo da qualidade entre uma produção e outra. O que poderia ter se tornado um curta-metragem ou um especial para o streaming, é nada mais que um portfólio do estúdio.
Desde a primeira produção de 2012, a trama fala do problema de ser diferente e o novo filme continua mostrando que é assim há séculos, desde quando o Conde Drácula (Sandler) e seus amigos são caçados pelos humanos, e aqui a figura de Van Helsing (Gaffigan), o clássico caçador de vampiros, é introduzida. O novo-velho antagonista dos monstros serve de oposição ao fim do primeiro filme e do casamento de Mavis (Gomez) e Jhonny (Samberg) e do filho dos dois: um retrato caquético e preconceituoso, mas que ainda tem alguma influência no discurso, um legado que Ericka (Hahn) carrega na forma de ódio.
Por ser um filme bem infantil, não demora para a capitã do cruzeiro se revelar com parente de Van Helsing – e óbvio para os mais velhos como a personagem é introduzida na trama – o que ajuda no ritmo. Saber que as coisas vão se desencadeando rápido poderia nos salvar de um marasmo, algo que não acontece. Para preencher a necessidade de longa-metragem de 90 minutos, piadas visuais e passeios da família e amigos serão parte constante do filme, preenchendo o grande buraco de roteiro entre as partes mais interessantes, que aparecem só com metade do filme, numa guinada que consegue ser interessante.
O problema é que entre esses momentos, a falta de uma história interessante fica nas piadas isoladas, mas que claramente estão lá só para fazer paisagem. Coisas como a camisa florida de Drácula com caveiras na parte do meio, a participação do Chupa-Cabra ou como Wayne (Buscemi) lida com a questão da dezena de filhos que tem são momentos que trazem um sorriso ao rosto, mas funcionariam muito melhor numa produção contida na questão do tempo, principalmente levando em conta que o público-alvo são crianças que podem se dispersar com facilidade. Mas com o ingresso comprado, essa não é mais uma preocupação do estúdio.
Para os adultos que embarcaram nesse cruzeiro por causa dos filhos, serve pela surpresa visual da animação e elementos como os tritões inversos que são os empregados do navio. Mas é bem provável que uma parcela dessa plateia mais velha se identifique na questão de Drácula, solitário há um século desde que a esposa foi morta por ser uma vampira, e as neuras que um novo relacionamento pode trazer. O Conde se divide entre querer conhecer alguém e se fizer decepcionar Mavis. Já a filha adota o discurso de querer ver o pai feliz, mas com aquela ponta de insegurança.
Mas o imperdoável de Hotel Transilvânia 3: Férias Assombradas é a falta de interesse que causa depois da projeção. Engraçado e chamativo, com certeza é – mas é praticamente uma enganação chegar para ver um filme e receber um demo reel da Sony Animation. Apesar da mensagem que nem sempre devemos continuar o que o peso da família nos impõe, essa mensagem é diluída pelo ínterim entre essas pequenas histórias que preenchem as lacunas com muitos bla-bla-bla, como diz o próprio Drácula. Depois de sair da sessão, fica difícil espremer mais que elogios técnicos da produção que vai vender ingressos e se manter no merchandising, o que vai encher os cofres dos responsáveis.
Elenco
Adam Sandler
Andy Samberg
Selena Gomez
Kevin James
David Spade
Steve Buscemi
Keegan-Michael Key
Molly Shannon
Fran Drescher
Kathryn Hahn
Jim Gaffigan
Mel Brooks
Direção
Genndy Tartakovsky
Roteiro
Genndy Tartakovsky
Michael McCullers
Trilha Sonora
Mark Mothersbaugh
Montagem
Joyce Arrastia
País
Estados Unidos
Distribuição
Sony Pictures Releasing
Duração
97 minutos
Quando Mavis percebe que Drácula, dono do Hotel Transilvânia, está começando a agir de maneira estranha, ela tira o pai da rotinha levando toda a família e amigos para um cruzeiro de monstros. Mas o que Drácula sente na verdade é solidão. E nesse passeio em alto-mar, ele conhece Erika, mas a capitã não é quem aparenta ser.
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