Deadpool | Crítica | Deadpool, 2016, EUA

0 Flares Twitter 0 Facebook 0 Filament.io 0 Flares ×

Não se preocupem, fãs de quadrinhos mundo afora. Deadpool é tudo que vocês esperavam e muito mais!

Deadpool (2016)

Com Ryan Reynolds, Morena Baccarin, Ed Skrein, T. J. Miller, Gina Carano e Brianna Hildebrand. Roteirizado por Paul Wernick e Rhett Reese baseado nos quadrinhos da Marvel Comics. Dirigido por Tim Miller.

10/10 - "tem um Tigre no cinema"Sejamos francos. A esperança que Deadpool fosse um filme legal estava apenas na mente dos fãs do personagem. Qualquer um com um pouco mais de pés no chão tinha vários motivos para duvidar do filme. Desde a inexperiência como diretor Tim Miller (apesar de ter roteirizado o fantástico Scott Pilgrim), passando pela própria Fox que trouxe um recente e horrível Quarteto Fantástico até a escalação de Ryan Reynolds que nas duas oportunidades que teve para fazer um herói recebeu pesadas críticas. Pois eu te digo, Estúdio da Raposa, e creio que muitos se juntaram ao coro: estás devidamente perdoada. Só não vá acabar com tudo no próximo filme, certo?

É simplesmente incrível como tudo funciona no filme. As piadas de Wade Wilson/Deadpool (Reynolds) não soam forçadas como o outro engraçadinho do estúdio ao lado. Desde o começo todas elas funcionam. Umas melhores que outras, afiadas e que sem exceção te farão gargalhar. Elas começam nos créditos e percorrem todo o filme com exceção de um momento atípico em que a história toma um momento para a ação e um pouco de drama. E o mais interessante é que eu poderia contar toda a trama do começo ao fim. Mas não permita que absolutamente ninguém te conte as piadas do filme. Não deixe que ninguém te tire esse prazer.

Até nos trailers o filme foi bem pensado. Diferente das típicas prévias do gênero, as melhores piadas não estão na divulgação. E é bom que você conheça um pouco do que já foi feito tanto nos filmes da própria Fox quanto o Universo Marvel. Algumas piadas do canastrão funcionam sozinhas, mas as que envolvem X-Men e outros heróis e produções da Fox não são menos que geniais. E não poupam ninguém: pode ser o próprio diretor, o estúdio, o vilão britânico, o ator sex symbol. Você pode contar que ninguém será perdoado.

Há uma estética toda exagerada no longa e um dos mais marcantes é o CGI. Os efeitos não são mal feitos, mas você percebe claramente a artificialidade dele. Mas, como tudo no filme, é proposital. Deadpool dança, dá pulos ornamenteis, leva tiros que deixam buracos e é tão maluco que numera suas balas. Quem em seu juízo perfeito faria uma coisa dessas? Então é bem compreensível que Colossus (Kapicic/ LaSalle/Kanischtscheff) pareça deslocado e que o sangue – muito – tenha uma impressão artificial. É tudo tão insano e exagerado, porém acompanha a ideia tresloucada de seu protagonista.

O filme inclusive brinca com a questão do orçamento apertado e absolutamente tudo é piada para o mercenário. Os Reese e Wernick não tiveram medo em colocar referências a inúmeros personagens – sejam eles da Marvel ou não – filmes do estúdio e o passado de Reynolds. Isso resulta num filme maluco e insano com direito a frases de efeito e aplausos da plateia. E para justificar sua aparente censura 16 anos (Rated nos EUA) o filme não economiza nas cenas de sexo. Nada no estilo Ninfomaníaca (Nymphomaniac, 2013) mas as cenas com Vanessa (Baccarin) são bem picantes e para todos os gostos.

Mesmo com esses exageros estéticos – justificados, é sempre bom reforçar – o filme conta com um equilíbrio vindo do peso-pesado Colossus. Ele é a antítese de Deadpool e a sua calma, paciência e falatório irritam tanto o mercenário como a plateia. De novo, tudo proposital. Quebrando mais de uma vez a quarta parede Wade encara o gigante de aço da única maneira que sabe, o que causa outra cena hilária e totalmente condizente com ambos personagens. Numa produção que não tem medo de fazer piadas com idosas cegas e o uso indevido de drogas, prepare-se para tudo.

Não há nenhuma novidade na história de Deadpool. Bem da verdade é uma história bem simples: o personagem que perdeu tudo que prezava e agora vai em busca de vingança. Dessa vez com um colant vermelho, espadas, revolveres e qualquer coisa que poderia ser usado como arma. O filme não defende uma ideia e nem quer mudar a sua vida. E se Deadpool pudesse pular da tela para a plateia, ele roçaria o escroto na cara de quem estaria reclamando da história manjada. Mas temos que ter em mente que essa é uma comédia. Só que com super-seres. Quebrando convenções e tabus – tem sexo anal, tem menção a uso de drogas ilícitas – eis um filme que é diversão garantida. Politicamente incorreto, mas feito com cuidado – notem que a mandíbula se mexe por debaixo da máscara – Deadpool agradará uma legião de loucos nessa que é a primeira surpresa positiva de 2016.

E, como de costume, não saiam antes dos créditos!

Sinopse oficial

Baseado no anti-herói não convencional da Marvel Comics, DEADPOOL conta a história da origem do ex-agente das Forças Especiais que se tornou o mercenário Wade Wilson. Depois de ser submetido a um desonesto experimento que o deixa com poderes de cura acelerada, Wade adota o alter ego de Deadpool. Armado com suas novas habilidades e um senso de humor negro e distorcido, Deadpool persegue o homem que quase destruiu sua vida.”

Deadpool | Pôster brasileiro

Deadpool

Deadpool

Deadpool

Share this Post

About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".