13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi | Crítica | 13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi, 2016, EUA

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Michael Bay queria fazer um filme dramático sem abrir mãos das explosões. O resultado é 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi, um filme patriota e confuso até a espinha.

13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (2016)

Com James Badge Dale, John Krasinski, Max Martini, Dominic Fumusa, Pablo Schreiber, David Denman, Toby Stephens e Freddie Stroma. Roteirizado por Chuck Hogan, baseado no livro de Mitchell Zuckoff. Dirigido por Michael Bay (Transformers: A Era da Extinção).

5/10 - "tem um Tigre no cinema"

Entre câmeras tremidas, muitas explosões e péssimas atuações do elenco há em 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi um Michael Bay que se esforça em ser mais do que o diretor megalomaníaco manipulador de robôs digitais indistintos. No quesito ação, o diretor é bem mais contido por estar lidando com o mundo real e tecnicamente a produção é extremamente bem-feita. Porém, ela falha em apresentar o drama dos personagens, seja pela atuação exagerada, frases de efeito desnecessárias e pelo desconhecimento de Bay em dirigir gente com problemas de verdade. Por incrível que pareça, é o melhor filme do diretor em anos – mas se tratando de Michael Bay não significa muita coisa.

Para apreciar melhor as qualidades técnicas do filme, procure um cinema com boa qualidade de som. Pois o design e mixagem sonora são coisas monstruosas na produção e sem dúvida fazem o espectador acreditar que os tiros das metralhadoras gigantes estão do seu lado. Bay inclusive é muito perspicaz em apagar a trilha sonora de Lorne Balfe nesses momentos para que possamos apreciar melhor o momento – o que é uma evolução nesses termos, considerando seu filme anterior. De longe é a melhor qualidade do filme, o que deixa a produção, pelo menos nesse quesito, na fila para o próximo Oscar.

Depois disso fica bem difícil em achar motivos para gostar da trama escrita por Chuck Hogan. O que é diferente de dizer que a vida daqueles soldados foi fácil, mas é tanto movimento de câmera e tanta coisa acontecendo que fica difícil de acompanhar a missão de Jack (Krasinski) e seus companheiros. E muito disso vem da montagem confusa que ficou nas mãos de dois profissionais. O pior exemplo desse trabalho é quando Jack e Tyrone (Dale) e os outros estacionados em Benghazi se separam em grupos e fica impossível distinguir o que cada um está fazendo. Pior, não conseguimos sequer identificá-los – parece um mal do diretor, que já fazia isso com Autobots e Decepticons.

Como diretor dramático, Michael Bay se deixa levar por muitos clichês do gênero. Não chega a ser um problema, apenas mostra que ele tem um longo caminho a percorrer. São cenas óbvias como a calmaria antes da tempestade– uma com os soldados todos falando com suas famílias pela internet e depois no terceiro ato Jack e Tyrone relembrando esses momentos – e o alguém gritando um longo “não” em meio ao slow motion – técnica que, aliás, também é usada exageradamente na produção. Bay se mostra um tanto perdido inclusive na direção dos atores como podemos notar já perto da conclusão o exagero na atuação de Krasinski e as frases de efeito América Fuck Yeah: “Eu entrei nesse país andando e sairei dele andando” diz um soldado que de tão espetacular manejava uma metralhadora com um braço só. Ou “vários americanos vão morrer, inclusive a que está falando com você”.

Pelo menos há um discurso interessante na produção de Bay, queria que você concorde ou não com a incursão estadunidense na Líbia. E duas cenas em especial mostram isso. Uma é depois do banho de sangue dos insurgentes aparecem mulheres e crianças chorando os mortos – pode ser óbvio dizer isso, mas são os que verdadeiramente sofrem. E, dando um leve crítica ao governo de seu país em detrimento dos soldados, o chefe da CIA, Bob (Costabile), está sentado numa cadeira ornada e diferente, como se fosse o rei daquela estação, recusando-se a sair. São momentos chave no filme e dramáticos, ainda que o filme seja um patriotismo exacerbado.

Entre mortos e feridos, 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi é uma produção inconstante ao se perder em vários momentos dramáticos, mas que ainda se segura na ação. Excessivamente longo – 144 minutos de projeção – há momentos interessantes soltos, como a filmagem aérea, alguns planos sequência e a incrível sensação de estarmos tão perdidos quantos os personagens. Como eles, não conhecemos a língua e nem o que motivou aquele ataque em especial, e nisso há sucesso. Ainda é um Michael Bay confuso e falho em muitos momentos, porém, é uma pequena mudança no trabalho do diretor. Quem sabe um aprendizado que fará bem para a sua carreira.

Sinopse oficial

Baseado no livro homônimo de não-ficção, de Mitchell Zuckoff, o longa destaca o ataque terrorista a uma base americana em Benghazi, na Líbia, no dia 11 de setembro de 2012, que resultou na morte do embaixador J. Christopher Stevens.”

13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi | Pôster brasileiro

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".