Star Trek: Sem Fronteiras | Crítica | Star Trek Beyond, 2016, EUA

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Star Trek: Sem Fronteiras é apenas mais uma aventura das missões da tripulação da Enterprise, e ainda assim consegue divertir.

Star Trek: Sem Fronteiras (2016)

Elenco: John Cho, Simon Pegg, Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Karl Urban, Anton Yelchin, Idris Elba | Roteiro: Simon Pegg, Doug Jung | Adaptado de: Gene Roddenberry (Star Trek) | Direção: Justin Lin (Velozes e Furiosos 6).

7,5 - "tem um Tigre no cinema"Era inevitável. Transformado mais uma vez em franquia, as viagens da NCC1701 Enterprise na nova roupagem de 2009 iria ser menos impressionante eventualmente, e esse momento chegou com Star Trek: Sem Fronteiras. Mas é importante destacar que esse não é, nem de muito longe, um filme ruim. Pelo contrário, ele equilibra ação, aventura, drama e comédia sem perder o caminho delineado pelas produções anteriores. A questão é que a série a partir daqui toma estrutura episódica e, como toda a produção que se sujeita a isso, passa por picos e declínios. Esse é o ponto mais baixo da nova fase, mais ainda tem força para se segurar, mesmo com lugares comuns e elementos usados em outros lugares.

Há um prologo no filme que mostra a percepção da passagem do tempo na Enterprise pelos olhos do Capitão James T Kirk (Pine), um slow motion funcional que acompanha o diário estelar do comandante que, depois dos eventos de Além da Escuridão (Star Trek Into the Darkness, 2013), vê pouco sentindo em continuar navegando pelo espaço. As coisas agora parecem menos interessantes, e a aproximação do aniversário – que também marca a morte do pai – são suficientes para dúvidas rondarem a cabeça do capitão. Em paralelo, Spock (Quinto) tem dúvidas sobre sua permanência na Frota, ainda que no campo da lógica, o que causam grandes momentos de discussão com o Dr “Magro” McCoy (Urban).

Antes da virada do primeiro para o segundo ato há muitos momentos divertidos e espirituosos, e a construção de diálogos entre McCoy e Spock são suficientes para tirar sorrisos da plateia. A vantagem de estarmos na terceira aventura deste reboot é que todas as apresentações já foram feitas e todos os relacionamentos apresentados – com exceção de apresentar o Tenente Hikari Sulu (Cho) e seu companheiro numa homenagem ao primeiro Sulu, George Takei – podemos ir sem mais delongas para ação, o que dá um ritmo invejável ao filme, que prende a atenção de quem está assistindo praticamente durante todo o filme.

Sem se preocupar em explicar a possibilidade tecnológica das máquinas – apelando para uma ficção científica mais básica para abranger mais audiência – a tripulação da Enterprise lida com outro déspota. Krall (Elba), em oposição à visão da Federação Unida dos Planetas, tem uma visão retrógrada que só o conflito realmente leva à evolução. Essa visão de mundo encontra oposição nesse universo evoluído – um lugar, onde Kirk bem diz, mais a frente da projeção, que a humanidade precisava mudar. Com inúmeras semelhanças a outros líderes belicosos, até mesmo o próprio Khan na produção de 2013, Krall toma vidas para sua causa, mas de maneira muito mais literal, o que o diferencia ligeiramente do vilão antecessor.

Durante essa nova aventura é bem fácil encontrar, quase um déjà vu de outras produções, elementos numa costura que poderia se perder num produto mal feito. São exemplos o ataque das naves de Krall como vespas, o design da estação espacial de Yorktown, a separação dos grupos e até a personalidade de Jaylah (Boutella) – desde sua maneira de vestir e suas armas, lembrando outra órfã recente que anda por aí segurando um bastão – que vai recolhendo lixo para sobreviver numa planeta que parece ser o ponto de convergência da galáxia, pois todas as culturas são atraídos para lá. O que se justifica pelo tom mais leve da narrativa.

A maior dúvida caia na capacidade do diretor Justin Lin, diretor de três sequências da franquia Velozes e Furiosos, conseguiria manter a qualidade de JJ Abrams. Nesse quesito ele se sai muito bem, sabendo dosar com elegância o movimento das câmeras – que dança quando estamos do lado de fora da Enterprise – e sem perder a firmeza nas cenas de ação, conseguindo, na medida do possível e considerando a quantidade de explosões, que a audiência não se perca tanto com a enormidade de informações simultâneas. Há um porém ao ver a produção em 3D: com muitos movimentos circulares, é bem provável que uma sensação de desconforto aconteça, até mesmo com quem está acostumado com a tecnologia.

Direcionando para uma nova direção – como podemos notar pelo tom do roteiro de Pegg e Jung – a Enterprise alça diferentes voos e o próprio teaser-poster da produção é um reflexo disso. Seguindo para alto, em oposição à direção que a nave tomava em um dos pôsteres da produção anterior, Star Trek: Sem Fronteiras abraça tons mais divertidos, representado também pelas cores fortes e vivas que acompanham grande parte da narrativa e continua homenageando seu universo original – algo já de praxe – e começa a se desgarrar dele. Se os planos da Federação para Kirk e sua tripulação são cincos anos, podemos ter pelo menos mais dois filmes e ir, novamente, lugares onde ninguém jamais esteve.

Star Trek: Sem Fronteiras | Trailer

Star Trek: Sem Fronteiras | Pôster

Star Trek: Sem Fronteiras | Cartaz

Star Trek: Sem Fronteiras | Galeria

Star Trek: Sem Fronteiras | Teaser Pôster

Star Trek: Sem Fronteiras | Imagens

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Star Trek: Sem Fronteiras | Imgaens

Star Trek: Sem Fronteiras | Imagens

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Star Trek: Sem Fronteiras | Imagens

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Star Trek: Sem Fronteiras | Sinopse

Star Trek: Sem Fronteiras” o esperado novo filme da franquia Star Trek, criado por Gene Roddenberry e remodelado por J.J. Abrams em 2009, está de volta sob o comando do diretor Justin Lin (de “Velozes e Furiosos”) contando mais uma jornada épica da Enterprise e sua tripulação. A equipe explora as fronteiras mais distantes do espaço onde enfrentam um inimigo misterioso que testa a unidade da Federação.

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".