Procurando Dory | Crítica | Finding Dory, 2016, EUA
Leve e pensado especialmente para as crianças, Procurando Dory pode não ser original, mas é divertido e cheio de aventura.
Com Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Hayden Rolence, Ed O’Neill, Kaitlin Olson, Ty Burrell, Diane Keaton, Eugene Levy. Roteirizado por Andrew Stanton, Victoria Strouse. Dirigido por Andrew Stanton (Wall•E).
Dentro de sua proposta, Procurando Dory é uma produção que agradará quem procura algo infantil, colorido, engraçado e espirituoso. Não tem grandes reviravoltas e é até bem óbvio, podendo ser considerado um descanso da exuberante criatividade que o estúdio tinha trazido com certa constância até 2014. Para quem já está acostumado com a qualidade Pixar no quesito animação, o filme é mais uma prova do que seus criativos são capazes. A história é uma graças, assim como seus personagens – caras conhecidas e novas. É uma daquelas produções que foi feita para as crianças se divertirem e que não se torna enfadonha para os adultos, mesmo que passe bem longe de emocionar os mais velhos.
A parte mais adulta do filme é quando conhecemos o passado de Dory (DeGeneres) quando bebê, já com sua característica perda de memória recente, se separa de seus pais. Ver a pequena cirurgiã-paleta nadando por águas cada vez mais escuras enquanto pergunta para estranhos sobre seus pais é de cortar o coração. A fotografia vai se iluminando até o ponto em que ela encontra Marlin (Brooks) pela primeira vez, para então pularmos um ano depois das aventuras de Procurando Nemo (Finding Nemo, 2003). E o que mais impressiona é realmente o visual, como a luz se comporta debaixo da água ou os movimentos realistas dos peixes, crustáceos e algas.
A solução para reavivar as memórias de Dory é bem realista. A azulada passa por sensações similares de quando era jovem e se perdeu de seus pais. E ela começa a sentir uma novidade na sua vida de perdas de memórias, que é saudade. Triste mas que é tão bonito, algo que finalmente faz com que Marlin se identifique com ela pela primeira vez, indo além da amizade. Claro que, sendo Dory, é uma aventura acompanhar a personagem. Felizmente, é uma história engraçada, divertida e cheia de lições para as crianças. Ainda que dessa vez os adultos tenham sido deixados de lado, não é difícil imaginar que deles também se arrancam risadas, principalmente pela presença do polvo Hank (O’Neill).
E é em Hank que os adultos vão mais se identificar. O molusco parece aquele amigo ou parente – ou você mesmo – rabugento que não gosta de conversinha, mimimi e nem quer saber se você está bem já que “ninguém está bem”, como ele mesmo diz. Ele é praticamente um ser urbano, quer distância do mar, gosta de tomar café e só concorda a ajudar Dory em troca de algo para si mesmo. Ele é o contraponto de Nemo (Rolence) que quer simplesmente ajudar a amiga apenas porque ela precisa, e nisso o jovem peixe-palhaço se mostra mais maduro que o próprio pai.
Durante a jornada de Dory em descobrir o seu passado e encontrar sua família, Procurando Dory é uma produção leve, daquelas que alegram o espírito por seu jeito humano, esperançoso e divertido. Por mais óbvia que seja a jornada de Dory, Nemo e Marlin são tantos momentos doces e engraçados envolvendo tanto os personagens principais quanto os secundários que é impossível não se deixar levar. Enquanto as crianças aprendem um pouco sobre a vida marinha, também aprendem sobre pontos de vistas diferentes e coragem para fazer o que é certo. Apesar de isso ser tarefa dos responsáveis, não há nada demais fazer isso de maneira lúdica através dos filmes.
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Sinopse oficial
“Procurando Dory, da Disney•Pixar, recebe mais uma vez na telona a preferida de todos, o peixinho azul e esquecido Dory (voz de Ellen DeGeneres), que vive alegremente nos recifes com Nemo (voz de Hayden Rolence) e Marlin (voz de Albert Brooks). Quando Dory repentinamente se lembra de que tem uma família em algum lugar que pode estar procurando por ela, o trio embarca em uma aventura que vai mudar suas vidas cruzando o oceano em direção ao prestigioso Instituto da Vida Marinha (IVM) na Califórnia, um centro de reabilitação e aquário. Em uma tentativa de encontrar sua mãe (voz original de Diane Keaton) e pai (voz original de Eugene Levy), Dory conta com a ajuda de três dos residentes mais intrigantes do IVM: Hank (voz original de Ed O’Neill), um polvo briguento que frequentemente dá um perdido nos funcionários; Bailey (voz original de Ty Burrell), uma baleia branca que está convencida que suas habilidades de ecolocalização não funcionam mais; e Destiny (voz original de Kaitlin Olson), um tubarão baleia míope. Navegando habilmente pelo intrincado funcionamento interno do IVM, Dory e seus amigos descobrem a mágica que existe em seus defeitos, sua amizade e família“.