O Dobro ou Nada | Crítica | Lay the Favorite, 2012, EUA
Errando desde a falta de carisma e a falta de graça, com algumas exceções, O Dobro ou Nada faz pouco sentido em cada decisão dos personagens.
Com Bruce Willis, Catherine Zeta-Jones, Rebecca Hall, Joshua Jackson, Vince Vaughn e Laura Prepon. Roteirizado por D.V. DeVincentis, baseado no livro de Beth Raymer. Dirigido por Stephen Frears (A Rainha).
Se você quer ver uma comédia leve e simplória, e que pode render algumas poucas risadas, assista O Dobro ou Nada. Se você estiver procurando um bom filme, a história é diferente. Mostrando que é um diretor que alternas altos e baixos, Frears adapta uma história baseada num livro de experiências reais durante arrastados 94 minutos. Personagens nada carismáticos, de índole duvidosa e até mesmo estúpidos sem um motivo claro fazem um péssimo conjunto da obra, e já mostram um dos candidatos à pior filme lançado no país em 2013.
Vendo que seu futuro como stripper à domicílio não levaria à lugar nenhum, e poderia até ser perigoso, Beth (Hall) resolve mudar de emprego. Conta ao pai toda animada que quer ser alguma coisa melhor… ser bartender em Las Vegas. Por algum motivo, esse é o sonho dela, e o pai vibra com a ideia. Provavelmente queria se livrar da filha irritante, e faria qualquer coisa para se distanciar dela. Já em Nevada, ela conhece Holly (Pepron) e a apresenta para o apostador profissional Dink (Willis), que arranja um emprego para ela na agência de apostas que comanda. Aparentemente, a nova funcionária dá sorte ao chefe, enquanto a esposa Tulip (Zeta-Jones) faz ao contrário. A vida amorosa dos dois não está das melhores, e Beth se apaixona pelo chefe, apesar dele ter a idade do pai, e é difícil entender de onde vem essa paixão repentina.
Existe uma série de fatores que fazem a heroína ser questionada. Não por fazer trapalhadas, ou errar achando que está fazendo a coisa certa. A personagem toma decisões eticamente questionáveis por livre e espontânea vontade. Ela tenta se justificar para Dink, e para o público, os motivos que a fizeram ser uma stripper. Um pouco antes, ela está tomando sol com as amigas que acabou de conhecer, e está mais pudica, com a parte de cima do biquine, enquanto as outras fazem topless (e, para os fãs de “That 70’s Show“, a resposta é: sim, Laura Pepron aparece com os peitos de fora). Tudo isso dá à entender que ela vai ser mais correta, mas não. Tudo o que dá errado acontece simplesmente por ela querer tirar Dink de Tulip. Mesmo quando isso não dá certo, ela encontra Jeremy (Jackson), que acaba sendo uma nova paixão, e o coloca em trabalhos escusos que tem com o novo chefe Rosie (Vaughn). É também questionável porque o rapaz escolhe fazer um trabalho sabendo que é ilegal. Mas se não sabia, foi uma grande falha de caráter da personagem.
O Dobro ou Nada é um festival de erros que passam da atuação, até a índole dos personagens. Beth tenta se destacar por causa de um tique de ficar pegando no cabelo, e faz caras e bocas enquanto lida com dinheiro vivo, mas tudo isso apenas faz a jovem ser bidimensional. O personagem que se destaque é Rosie, um tanto maluco, olhando para todos os lados, como se estivesse esperando que alguma coisa desse errado, como num momento bem colocado em que ele olha pela persiana enquanto ouve a sirene de um carro da polícia. Mesmo que a cena seja clichê, faz parte do universo bem construído do personagem. Fora isso, uma decisão de figurino com Dink que perde as flores nas roupas que usa depois que Beth vai embora, ou uma pequena nuance na fotografia quando Jeremy fica sozinho em Nova York não salvam o filme. Se o diretor não tivesse chamado Bruce Willis, Catarina Zeta-Jones e Vince Vaughn talvez nem tivesse sido produzido. Melhor que fosse assim.
O Dobro ou Nada | Trailer
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