O Bom Gigante Amigo | Crítica | The BFG, 2016, EUA

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Pensado para audiências muito infantis, O Bom Gigante Amigo tem belos momentos visuais, mas falha em contar uma história interessante.

O Bom Gigante Amigo (2016)

Com Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton, Jemaine Clement, Rebecca Hall, Rafe Spall, Bill Hader. Roteirizado por Melissa Mathison, baseado no romance de Roald Dahl. Dirigido por Steven Spielberg (Ponte dos Espiões).

4/10 - "tem um Tigre no cinema"A história de Roald Dahl provavelmente encantou muitas crianças, e talvez tenha ampliado seu alcance com a animação de 1989. E nessa época nostálgica que vivemos – olhe ao seu redor a quantidade de filmes que trazem clássicos da infância ou os homenageiam – parecia certeira a opção de Spielberg em trazer para o cinema O Bom Gigante Amigo. Porém, nem o diretor e nem a roteirista Melissa Mathison conseguem transformar o original em algo interessante durante a projeção, apostando no CGI e no belo visual. É um filme com um escopo pequeno, agradando apenas crianças muito novas – de dez anos, no máximo – mas que funcionaria melhor como um episódio curto para a televisão.

Sophie (Barnhill) é como tantas crianças que vivem em orfanatos, querendo sair daquela vida esquecida pela sociedade. Já um pouco mais velha, ela mantem a mente ativa – como vários escritores, fica acordada de madrugada – é organizada e se difere um pouco no visual da menina clássica com seus cabelos curtos. E ela é levada para a aventura ao invés de escolher ir, o que é a torna ligeiramente diferente de outros personagens que se acham em situações parecidas. Os primeiros minutos da narrativa, quando Sophie é sequestrada pelo BGA (Rylance) e levada à Terra dos Gigantes é a parte mais interessante e dinâmica da história. Sem grandes explicações, a história dos dois começa e isso é bom para evitar o marasmo da história.

Infelizmente, é pelo marasmo que o roteiro e a direção fazem a experiência ser sonolenta, beirando o insuportável. É um humor inocente, mas pastelão, com direito a gases e outras nojeiras hilárias para crianças que tem a atenção prendidas por porquinhas rosas, mas que não conseguem agradar os mais velhos e menos ainda os adultos. Se o filme fosse mais curto – 30 minutos a menos – seria uma experiência mais suportável. Mesmo se levarmos em conta o público alvo, qualquer um que levar seus filhos pequenos para a sessão irá perceber que, pela duração, logos eles perderão a atenção.

Os destaques ficam pelo visual do mundo criado pelos efeitos especiais. O que passa diante dos olhos são dos responsáveis por clássicos da ficção científica, animação e aventura – um visual tão cheio de cores que, apesar da qualidade do 3D, vale a pena ver na versão 2D – dando destaque à árvore que o Bom Gigante Amigo, ou BGA, sai para caçar seus sonhos. O visual do gigante é marcado por outros detalhes interessantes, como a sua subnutrição por não comer humanos, que o faz ter metade dos outros de sua raça, e suas orelhas desproporcionais, um signo que o caracteriza como um bom ouvinte de uma falante garota.

A construção dos outros gigantes, esses mais monstruosos que o BGA, também funciona. De maneira divertida, eles são retratados como uma alcateia e outras características conhecidas pelo público. Eles têm medo de água, se comportam como uma fraternidade de universidade americanas, são bullies, jogadores de futebol e selvagens. Apesar de nem todas essas facetas serem entendidas por todas as plateias internacionais – e nem mesmo pelas crianças – fica bem claro que os anos eternos do BGA são mais intermináveis pela presença dos parentes. E as cores dos sonhos que ele captura são fonte de luz na vida dele, até a chegada de Sophie.

O grande problema, sem intenção de fazer piadas, em O Bom Gigante Amigo é que existem problemas até nas boas partes, o que evidencia os maus momentos. Apesar de ser uma aventura pueril e familiar, é muito controverso o destino dos gigantes. Os efeitos especiais têm grandes qualidades, mas há algo de errado no CGI puro e algumas interações entre Sophie e o BGA. E a narrativa é tão travada que você conta as horas para acabar, principalmente no interlúdio com a Rainha Elizabeth II (Wilton), irritante e desnecessariamente longa. Fica claro que Spielberg quis resgatar a simplicidade do passado – ou fazer um filme pensando em seus netos – nessa história onde devemos perdoar impossibilidades físicas em prol da narrativa fantástica. No entanto, essa é um conto para uma audiência que se dispersa facilmente, e isso não foi pensado no produto final, apelando para a comercialidade de sempre.

O Bom Gigante Amigo | Trailer

O Bom Gigante Amigo | Galeria

O Bom Gigante Amigo | Pôster brasileiro

O Bom Gigante Amigo | Galeria

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O Bom Gigante Amigo | Galeria

O Bom Gigante Amigo | Galeria

O Bom Gigante Amigo | Sinopse

“O clássico O Bom Gigante Amigo de Roald Dahl finalmente ganha vida graças à união do talento de três dos maiores contadores de histórias do mundo, Roald Dahl, Walt Disney e Steven Spielberg. Dirigido por Spielberg, o filme O Bom Gigante Amigo da Disney narra a história cheia de imaginação de como um Gigante apresenta à pequena Sofia as maravilhas e os perigos da Terra dos Gigantes

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".