Minions | Crítica | Minions, 2015, EUA
Minions pra cá! Minions pra lá! Banana! As crianças vão adorar e os adultos suportar.
Com Pierre Coffin, Sandra Bullock, Jon Hamm, Michael Keaton, Allison Janney, Steve Coogan. Roteirizado por Brian Lynch. Dirigido por Pierre Coffin (Meu Malvado Favorito).
Minions pra cá, minions pra lá, dizendo palavras doidas, misturando línguas enquanto fazem uma bobagem atrás da outra. É isso que esses adoráveis seres amarelos que aprendemos a gostar desde 2010, agora em aventura solo, fazem como protagonistas num filme que é focado totalmente no público infantil. As crianças não tem senso crítico o suficiente para entender as conveniências do roteiro, e isso não é um demérito. Feito para divertir, o alvo da produção acerta com muitas cores e piadas visualmente francas. Apesar do filme não ser profundo, e longe de ter essa pretensão, os pais que acompanharão seus filhos na sessão não sairão estafados e, com certeza, darão algumas risadas juntos com seus próprios pequenos.
Sinopse oficial
“A produção retrata a história dos Minions. Os organismos unicelulares amarelos, mesmo evoluindo ao longo do tempo, sempre serviram os piores vilões do planeta, de T-Rex a Napoleão e, após várias parcerias mal sucedidas Kevin, Stuart e Bob saem em busca de um novo mestre para servir. Em Londres, acabam por encontrar uma potencial líder: a supervilã Scarlet Overkill”.
Esse é um filme tão simples que seria injusto compará-lo com as mais sofisticadas produções da Pixar, por exemplo. Dentro do seu universo e guardada as devidas proporções, a proposta está mais próxima dos Teletubbies do que de Divertida Mente. Ao mesmo tempo, não podemos lidar com o lado absoluto da produção da TV do fim dos anos 1990, já que os minions tem um diferencial interessante, que é a vontade natural de seguir vilões. E a introdução animada com traços mais simples – assim como eles eram – contando a evolução dos seres que saíram da água com nossos ancestrais justificam esse fascínio. Interessante, mas provavelmente os mais novos não vão entender isso.
Existem elementos no filme que são mais direcionados aos pais do que aos seus filhos, e isso é um interessante equilíbrio na produção, o que não a torna extremamente infantil. Por exemplo, as músicas incidentais são todas sessentistas, evocando o período em que Bob, Kevin e Stuart (todos dublados por Coffin) estão. Há outras referências visuais, como um certo quarteto andando numa faixa de pedestres da Abbey Road, a garotinha vilã que tem um gato como mascote, banners políticos e outros elementos que vão passar despercebidos para a garotada, mas que servem para que os pais não fiquem só vendo três coisinhas amarelas falando banana.
Os minions em si são puro contraste com a sua fofura e eles se adaptam a cenários que nós não estamos acostumados. Então é engraçado, e isso para qualquer idade. Vemos que as paredes que a supervilã Scarlet Overkill (Bullock) aloca os protagonistas, que são tratados como crianças por ela têm, ao invés de fotos e um ambiente aconchegante, espadas, machados entre outras armas de combate corpo a corpo. E é absolutamente fantástico que eles se divirtam na sala de tortura brincando com a própria fisiologia – por exemplo, quando percebemos que de nada serve uma corda já que os minions não tem pescoço – o que lhes dá algo de personagens da comédia de horror como foi A Família Adams, mas dentro de corpos que dá vontade de apertar.
Tecnicamente, o trabalho é primoroso. A iluminação e a fotografia é bem colorida e vibrante, e as cenas que se passam na neve ou na chuva são compensadas quando as vemos em 3D. Notem como quando o trio de minions passam pela vegetação as plantas dançam suavemente, e como elas interagem com o vento. As fotos que os três tiram com Herb Overkill (Hamm) são incrivelmente reais, parecendo que fazem parte de alguma coleção de figuras colecionáveis. Até detalhes da armadura de Scarlet e da aparição de um gigante, que se movimenta lentamente como um ser desse tamanho faria na vida real, são belos destaques do design de produção. Além disso, a ambientação dos Estados Unidos e da Inglaterra dos anos 1960 é de encher os olhos enquanto tentamos absorver cada detalhe de tantos elementos.
Minions conta uma história bem simples, cheia de ex-machinas que pode incomodar os mais velhos, mas que as crianças não se darão conta: os minions conseguem carona com uma família de vilões que também está indo para a Expo Vilão, Scarlet está procurando novos capangas exatamente naquele dia e, em determinado momento, os caminhos que os protagonistas precisam está bem abaixo do nariz deles. Não há explicações, então a trama simplesmente acontece. E com exceção de uma piada ou outra mais sofisticada – a melhor é que envolve viagem no tempo – a diversão vem mais da bagunça do que outra coisa. Não é o mais inteligente das produções, e tem alguns problemas de ritmo no começo do terceiro ato, mas crianças vão se divertir e os adultos vão rir junto com elas em alguns momentos.
Veja o trailer de Minions
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