Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses | Crítica | Doragon Bōru Zetto: Kami to Kami, 2013, Japão

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Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses foi feito para fãs, mas não é esse o problema da animação. Leia a crítica!

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Com Masako Nozawa, Ryō Horikawa, Toshio Furukawa e Mayumi Tanaka. Roteirizado por Yūsuke Watanabe. Dirigido por Masahiro Hosoda.

5/10 - "tem um Tigre no cinema"A Nostalgia – com N maiúsculo mesmo – define “Dragon Ball Z – A Batalha dos Deuses”, e é o que levará os fãs ao cinema. Além da acertada opção da distribuidora em trazer os dubladores originais. E ganhamos a experiência de ver lutas explosivas na tela grande do que só existia na televisão. Infelizmente, o longa carrega vícios da sua mídia original que podem passar despercebidas pela catarse dos aficionados pelas aventuras dos Sayajins, mas prejudicam o desenvolvimento da história.

Bills (Yamadera/Pissardini), o deus da Destruição, desperta depois de vários anos de sono e descobre que Son Goku (Nozawa/Bezerra) impediu que Freeza destruísse a Terra. Impressionado por um Sayajin ter acabado com um ser tão poderoso, o deus se lembra que acordou nessa época por causa de uma profecia sobre um Sayajin deus. Determinado à encontrar esse ser poderoso, Bills vai procura Goku e os outros Sayajins que estão na Terra, com o objetivo de encontrar o ser lendário ou então destruir o planeta.

A primeira coisa que salta aos olhos nessa aventura é qualidade da animação, mantendo o mesmo jeito dos traços originais. Isso é notado principalmente nas cenas de luta onde cenários 3D se misturam ao 2D tradicional, um efeito que pode causar estranheza em parte do público. Os novos cenários tem um design interessante. Por exemplo, o mundo de Bills é uma árvore flutuante numa pirâmide invertida – acentuando o visual egípcio do deus-gato – e, numa jogada típica de comédia das histórias da TV, é engraçado que os despertadores reservas dele sejam explosivos. Impossível não nos identificarmos enquanto nós estamos dormindo e apertar o botão da soneca, ao invés de simplesmente levantarmos.

Em seu roteiro, Watanabe mantém características primordiais da série, como a já citada comédia e a personalidade dos personagens principais, respeitando a criação de Akira Toriyama, que produziu o filme. Então não se preocupem que  Goku continua impassível e calmo como sempre. E bobo. Por outro lado, a direção de Hosoda tem péssimos vícios da TV. Responsável por episódios da Saga de Cell, o diretor não acerta no ritmo. Literalmente, parece que estamos vendo quatro episódios colados um atrás do outro. Então, o clímax da batalha inevitável entre Goku e Bills toma apenas 15 minutos aproximadamente. É frustrante termos que encarar repetições de fala no estilo “Eu sou Bills, o destruidor. – O quê, Bills, o destruidor???” e um interlúdio maçante que envolve Vegeta (Horikawa/Rollo) enquanto tenta que nada provoque o recém-chegado deus na festa de aniversário de Bulma (Watanabe/Marinho). Também é bem estranho que ninguém reconheça Pilaf (Chiba/Sodré), sendo que ele não mudou nada de visual.

Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses - poster brasileiro

“Dragon Ball Z – A Batalha dos Deuses” foi feito para fãs, e não há nada de errado nisso. Apesar dos problemas de ritmo, é uma história que quebra paradigmas. Ainda que esse conto não tenha nada de excepcional, e de estar longe da qualidade da saga que mais gosto, que é a de Cell. Também devo dizer que o visual do Sayajin deus é um tanto decepcionante. Porém, é um fôlego novo para série, que abre espaço para novas produções, já que Bills comenta que existem outros deuses pelo universo. As próximas batalhas podem ser emocionantes. Só resta torcer.

Só um porém à Diamond: a cópia que veio para o Brasil é baseada na versão americana. Então, não tem Cha-la Head Cha-la na versão do Flow nos créditos. Isso é uma coisa que só fãs irão notar, mas quem mais vai ao cinema para ver pancada senão eles?




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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".