Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma | Crítica | Paranormal Activity: The Ghost Dimension, 2015
Com Chris J. Murray, Brit Shaw, Ivy George, Dan Gill, Olivia Taylor Dudley, Don McManus e Michael Krawic. Roteirizado por Jason Pagan, Andrew Deutschman, Adam Robitel, Gavin Heffernan, Brantley Aufill e Jason Pagan. Dirigido por Gregory Plotkin.
Se você levar em conta que o inferno é a repetição, Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma é um filme que cumpre sua missão de imersão da audiência. O que é inacreditável é que os seis roteiristas e argumentistas da produção tenham entregado um roteiro sem história nenhuma, o que se reflete na curta sinopse oficial. O declínio da série já era bem claro no filme anterior e parecia impossível ficar pior. Pois conseguiram. O quinto filme enterra uma produção que começou interessantíssima, mas claramente não souberam quando parar.
É frustrante ao mesmo tempo em que é fácil tecer as palavras sobre a produção. Há tão pouco para se dizer que pode parecer preguiça. Os eventos que envolvem a nova família amaldiçoada demoram em acontecer. E quando a ação finalmente acontece dura tão pouco que decepciona. Com exceção do final, onde a produção fica bem tensa, o filme é um marasmo inclusive nos seus sustos que usam o efeito 3D.
Interessante que o 3D – por incrível que pareça – tem um sentido narrativo, diferente de tantos outros filmes que o usam sem estilo. O que não significa que seja bom. O efeito é usado em 30% das cenas, se muito. Você pode notar isso retirando os óculos da cara e ver que a filmagem é normal, sem aquela típica tremedeira e sem profundidade de campo. Ainda que o efeito sirva para vermos a outra dimensão não vale a pena pagar a mais para isso.
Novos personagens são acrescentados à trama para fazer uma ligação com a infância das meninas Katie e Kristi. Assim como novos elementos que não param desde a terceira parte da história, onde a convenção de bruxas foi jogada na história. Nesse ponto está tudo tão confuso e megalomaníaco – mostrando que obviamente o estúdio não sabe mais o que fazer – que os créditos finais dizem “Baseados nos personagens de Oren Peli”. E é só isso mesmo: uma sombra do que foi feito em 2007.
São seis roteiristas que não conseguem entregar uma linha de diálogo marcante e que nem conta de matemática sabem fazer – determinado momento do filme um padre diz que a menina da vez nasceu em 2005 que seria o sexto ano, mas é bom lembrar que a contagem da Era Comum não começa no Ano Zero – uma direção que não dá um susto decente e que simplesmente joga elementos na sua cara não consegue ser levado a sério.
A chamada de Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma diz que esse é o último capítulo da série. O que eu não acredito. Se esse filme fizer dinheiro suficiente os produtores vão dar um jeito de inserir mais personagens e situações e spin-offs. O maior medo que a produção pode passar é que isso não acabará nunca e continuará influenciando negativamente o cinema. Hoje, a série é só um fantasma do que foi o primeiro filme. E essa quinta parte é uma prova concreta de como o terror é (mal) tratado pela indústria cinematográfica.
Veja o trailer de Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma
Sinopse oficial
“Pela primeira vez você verá a força oculta de Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma – o final assustador da série Atividade Paranormal.”
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