Transformers: O Lado Oculto da Lua (Transformers: The Dark of The Moon, 2011, EUA) [Crítica]
Com Shia LaBeouf, Josh Duhamel, John Turturro, Tyrese Gibson, Rosie Huntington-Whiteley, Patrick Dempsey, Peter Cullen, Hugo Weaving, Leonard Nimoy e John Malkovich. Escrito por Ehren Kruger (Transformers: A Vingança dos Derrotados). Dirigido por Michael Bay (Armageddon).
Os Autobots, liderados por Optimus Prime (voz de Cullen), descobrem que os humanos já tiveram contato com a raça robótica de Cybertron, quando acharam uma nave que caiu no lado sombrio da Lua, o que ocasionou a Corrida Espacial. Lá está a nave de Sentinel Prime (Nimoy) com uma carga que poderia mudar o curso da Guerra. Os Autobots devem chegar lá antes de Megatron (Weaving) e seus Decepticons. Mais uma vez Sam Witwicky (LaBeouf) e toda a humanidade serão pegos no fogo cruzado.
Eu sou da opinião que devemos ver tantos filmes quanto forem possíveis no cinema. Mas o segundo filme da franquia, “Transformers: A Vingança dos Derrotados” (que Michael Bay disse ter começado a filmar no meio da greve dos roteiristas) foi tão ruim que me deixou receoso de ver a continuação no cinema. Mas “Transformes: O Lado Oculto da Lua” é melhor que seu antecessor… o que não quer dizer grandes coisas.
O filme esquece sua própria cronologia. Se existe um plano para encontrar Sentinel Prime, que está enterrado na lua desde a Guerra Fria, com um arma tão poderosa, por que não ser esse o plano principal? O segundo filme estabelece que outros Autobots chegaram na terra milhares de anos atrás. Esses lapsos de tempo criam um buraco na história que não tem remendo. Parece até que é um filme feito para se ignorar o anterior (apesar de Sam dizer, mais de uma vez, que salvou o planeta duas vezes). E o desenvolvimento dos personagens… Sam não tem um emprego nesse mundo que salvou. Qualquer panaca desse governo daria uma aposentadoria eterna pro rapaz ficar de boca calada nesses eventos. Mas Michael Bay quer deixar o rapaz como um eterno perdedor, sempre tem que ser apoiado por alguém melhor. Detalhe que Carly (Rosie) a nova namorada de Sam não tem muito carisma e não passa aquela confiança que Michaela (Megan Fox) tinha nos filmes anteriores. Personagem essa que foi retirada do filme sem uma explicação convincente.
Shia LeBouf me parece um ator com potencial. Mas a sua caracterização de Sam sempre gritando histericamente virou uma daquelas piadas que é engraçada ouvir duas ou três vezes. Mas depois cansa. Os atores de apoio tem grandes problemas. John Tuturo aparece pouco e o seu papel seria dispensável. Assim como é John Malkovich, que devia estar com muitas contas a pagar pra fazer um papel que aparece e vai embora tão rápido pra ser esquecido. Rosie Huntington-Whiteley é linda, mas tem a capacidade de atuação do que aparenta ser: uma atriz de comerciais de cerveja. Sério, o diretor só contratou essa atriz pra poder filmá-la de costas só de calcinha, enquanto sobe uma escada. O seu personagem quer toda a atenção para ela e não consegue perceber as artimanhas que são preparadas de propósito e nem o que deve ser feito de verdade. E a turma que vai invadir Chicago na hora final do filme (que tem mais de 2 horas), chega toda corajosa com Sam pra ajudá-lo e quando veem o primeiro problema dizem frases como “não foi pra isso que eu me voluntariei” ou “me desculpe, mas acabou”. Eles acharam que invadir uma cidade tomada por robôs gigantes seria fácil? Bem da verdade, esse filme é repleto dessas frases estúpidas. Mas tenho que admitir: Bay tenta, só tenta, dar uma profundidade dramática ao eminente fim do Planeta. Mas é só de raspão.
Falando de Autobots e Decepticons, a maior dificuldade é identificar os robôs. Fora os principais, Optimus, Bumblubee e Sentinel, os outros não tem um design que os diferencie, deixando as duas frentes muito parecidas. Tente distinguir na tela Starcream, Brains, Ironhide e Sidesweep. Michael Bay insiste, mais uma vez, nos dois robôs panacas pra dar um ar de comédia. Shockwave, que deveria ser o Decepticon que faria diferença, parece um ser sem cérebro, literalmente uma máquina. E não entendo essa de às vezes eles falarem inglês entre si, e em outra hora Cybertonês. Ah e o jeito que Megatron é manipulado… grande líder esse.
Alguns defeitos se potencializam. Sam continua tratando Bumblubee como um carro, e não como um ser consciente e amigo, chegando a se irritar pelo Autobot estar em missão e não com ele para levá-lo numa entrevista de trabalho. (Interessante que ele reclama do contrário no filme anterior, dizendo que Bumblubee deveria estar numa missão e não ser o carro dele). O que posso dizer que o filme não falha é nos efeitos especiais. Michael Bay disse que eles foram tão pesados que levaram os computadores da Industrial Light and Magic a travar. Por isso que esse filme deve fazer parte da minha coleção: pelos extras. No mais, é um dos filmes que tem gente que insiste ser “apenas pra diversão” ou “tem que desligar o cérebro”. Isso é um desrespeito aos filmes divertidos. Agora é esperar Transformers 4. Com um franquia que está dando tanto dinheiro, pra que parar agora?