Top 11 | Os Piores e os Melhores Filmes de 2015
Compilação do crítico de cinema Tiago Lira com Os Piores e os Melhores Filmes de 2015 lançados comercialmente no Brasil!
Como comentamos na Retrospectiva 2015, o ano teve ótimas surpresas. E também algumas boas bombas. Como todo mundo gosta e faz listas, é hora de olhar para trás numa visão pessoal e falarmos dos 11 destaques no cinema. São filmes lançados no mercado nacional oficialmente, pois seria injusto fazer uma listagem no alto da meu privilégio de ter assistido algumas produções que aqui só saem no começo do ano que vem aqui.
E por que 11? Sempre fica aquela pontinha de frustração por não colocar aquele nota 10 que ficou de fora porque o outro era só um pouco melhor. O mesmo vale para aquele filme muito ruim que merece muito mesmo entrar na lista. Vamos lá então?
OS PIORES FILMES DE 2015
11) Dívida de Honra (The Homesman)
Apesar de ter um ato corajoso em relação à protagonista, esse é um western lento e que perde o sentido na mensagem. Aliás, qual é mesmo a mensagem do filme? Além disso, é a prova que ter Meryl Streep numa produção não a salvará.
10) A Saga Divergente: Insurgente (The Divergent Series: Insurgent)
Tudo precisa ser uma trilogia – ou quadrilogia, como no caso? Por mais que a fonte original seja divida em três partes, tem que se levar muito em conta o ritmo de uma história. Apesar de bons momentos em relação ao seu antecessor, praticamente não há evolução em A Série Divergente: Insurgente, que apesar de trazer personagens novos, eles tomam lugar de antigos. O filme é mais direto por não precisarmos de outras introduções, mas é o mínimo que se espera depois de quase 140 minutos da produção anterior. Em geral, tem alguns pontos melhores que Divergente (Divergent, 2014, Dir Neil Burger). E isso não significa muita coisa.
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9) Terremoto: A Falha de San Andreas (San Andreas)
Num universo onde os bombeiros amigos de Dwayne Johnson somem sem motivo nenhum, o protagonista é exageradamente construído para ser alguém sem falhas, ao ponto de pilotar um helicóptero de resgate sozinho, e um show de conveniências fizeram esse filme desastre ser mais desastre do que filme. Além de resumir muito bem o que há de errado com os filmes de ação.
8) Uma Longa Jornada (The Longest Ride)
Parem de adaptar essas histórias águas com açúcar de Nicholas Spark, por favor! Num ano em que tivemos o papel da mulher tão bem representado, fazer um filme que só se resolve quando o homem supera suas neuras em detrimento às das delas é praticamente um crime.
7) Como Sobreviver a um Ataque Zumbi (Scouts Guide to the Zombie Apocalypse)
Eles se recusam a ficar mortos, mas seria bom dar um descanso ao gênero dos mortos-vivos. Como Sobreviver a um Ataque Zumbi faz comédia com o tema numa mistura de piadas sujas e pesadas, típicas de um amor escatológico bem comum ao gosto de quem cresceu assistindo pérolas como South Park. É um filme com ações e situações improváveis e cenas que fazem força para ser pior que a anterior – quando você assiste uma e pensa que nada pode ser pior que aquilo, acredite, eles conseguem. O roteiro escrito e reescrito por seis pessoas diferentes é confuso e lotado de inacreditáveis conveniências para dar algum tipo de sentido àquela bagunça generalizada, representando muito do que há de errado no sistema americano de fazer cinema.
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6) Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma (Paranormal Activity: The Ghost Dimension)
Se você levar em conta que o inferno é a repetição, Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma é um filme que cumpre sua missão de imersão da audiência. O que é inacreditável é que os seis roteiristas e argumentistas da produção tenham entregado um roteiro sem história nenhuma, o que se reflete na curta sinopse oficial. O declínio da série já era bem claro no filme anterior e parecia impossível ficar pior. Pois conseguiram. O quinto filme enterra uma produção que começou interessantíssima, mas claramente não souberam quando parar.
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5) Quarteto Fantástico (Fantastic Four)
Se eu fosse supersticioso, diria que existe uma maldição envolvendo qualquer coisa ligada às versões cinematográficas de Reed Richards e companhia. Como não é o caso, o provável é que os produtores não conseguem olhar para trás e aprender com os erros do passado. E a prova cabal é o novo Quarteto Fantástico. Falta firmeza na direção, carisma na maioria dos personagens, é recheado de atuações que variam entre o fraco e o mediano e nem mesmo os efeitos especiais, que poderiam ser o carro chefe da produção, empolgam. A impressão final é que esse é um filme que serviu apenas para segurar os direitos da franquia na esperança que haja um sucesso comercial suficiente para que na continuação as coisas se acertem.
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4) Pixels: O Filme (Pixels)
Se nessa temporada você quiser fazer um estudo de caso do que é a pura representação Hollywood hoje, você o achará em Pixels: O Filme. É uma adaptação, é um amontoado de clichês, tem a influência de um produtor possessivo, conta com atores em alta, prima pela nostalgia, é muitíssimo bem-feito com seus efeitos especiais, é 3D, e ainda consegue arrancar risadas da plateia. O grande problema é a falta de cuidado em relação a todos esses temas (com exceção do impecável CGI). Chris Columbus é um diretor competente, e os roteiristas Tim Herlihy e Timothy Dowling tinham um grande potencial nas mãos. Ao invés disso, resolveram percorrer o caminho mais fácil. Pelo menos a produção foge da grosseria, encantará os mais jovens e aponta o sucesso comercial.
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3) A Entidade 2 (Sinister 2)
Já é lugar comum falar que os filmes de terror não assustam mais, e fica difícil saber qual é a pior parte disso: admitir que os que dizem isso têm razão, ou perceber que pouquíssima gente está se mexendo para mudar esse cenário, infelizmente reforçado pelo fraco A Entidade 2. Sem interpretações impressionantes, sem sustos e segurando-se apenas no bom nome da produção anterior, o filme termina com praticamente nada para se discutir ou lembrar.
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2) Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey)
Sem dúvidas, Cinquenta Tons de Cinza tem um pouco de novidade no cinema, pelo menos para as massas. Essa aura que envolve a produção vem do grande sucesso e falatório da obra original de E. L. James. E pelo menos no que foi para as telas, a questão tão atraente da pornografia do ponto de vista feminino é mais sugerida do que vista. O que não é, necessariamente, um problema. A verdade é que, no seu cerne, essa é mais uma história como tantos outros romances, com o diferencial de que a protagonista é amarrada aqui e ali, experimentando e compartilhando os prazeres do sexo.
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1) Exorcista do Vaticano (The Vatican Tapes)
Acredito que na cabeça de qualquer diretor está se formando um filme excelente, e por isso é complicado desconstruir em palavras a honesta intenção de alguém. Esse já é o quinto trabalho de Mark Neveldine, mas que parece ser um projeto de faculdade de cinema, onde você chama seus amigos tão inexperientes quanto você pra ajudar na camaradagem. Não há qualidade na atuação, a filmagem com a câmera digital é muita estranha – ainda que seja uma assinatura do diretor – e não é eficaz em criar tensão ou medo. Com dois ou três pontos de destaque, Exorcistas do Vaticano é mais um exemplo do mau caminho que estão trilhando o terror. De novo.
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OS MELHORES FILMES DE 2015
11) Macbeth: Ambição e Guerra (Macbeth)
Uma das coisas que aprendi no storytelling é que William Shakespeare foi o último dos originais. Todas as histórias são remakes, reimaginações ou misturas das mitologias clássicas ou do autor inglês. Macbeth: Ambição e Guerra chama a atenção porque o diretor Justin Kurzel emprega um clima lento, porém reflexivo, mas extremamente visual. É provável que o público em geral estranhe a passagem quase literal de papel para filme. O diretor, porém, dosa esse problema na duração, trazendo uma das mais belas produções do ano.
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10) O Pequeno Príncipe (Le Petit Prince)
A melhor coisa da nova versão de O Pequeno Príncipe é que o diretor Mark Osborne e os roteiristas Irena Brignull e Bob Persichetti fogem do clichê de contar de novo a história que já conhecemos. A produção é, no cerne, uma homenagem à obra de Antoine de Saint-Exupéry, mas consegue ir além ao contar como podemos relacionar essa história simples e singela com a nossa própria vida, o crescer e as perdas que encaramos no caminho, mas sem esquecer aquele passado alegre e colorido dos tempos de criança. Some isso a uma fantástica animação 3D que se mistura com stop-motion, e você terá uma das melhores experiências cinematográficas desse ano.
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9) Que Horas ela Volta?
Em um filme que reflete tanto a realidade de certo local, seu maior trunfo será conseguir alcançar também quem não está muito familiarizado com aquela situação. Assim, Que Horas Ela Volta? é para os brasileiros um retrato relativamente comum da servidão que muitas pessoas se sujeitam, com nossas próprias peculiaridades. Para quem não vive essa realidade, é uma história de sacrifícios que precisam ser feitos para o bem de quem se ama. Dotado de doçura e reflexão, a produção vem para confirmar a ótima fase que o nosso cinema dramático passa. E serve também para encararmos algumas falhas do nosso caráter que, às vezes, passam despercebidos.
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8) Expresso do Amanhã (Snowpiercer)
Ignore o fato de Expresso do Amanhã estar a dois cliques de distância de você. A distribuidora brasileira perdeu timming e perdeu para a pirataria, mas finalmente poderemos ver o filme como ele merece. A fotografia cinza e gélida foi feita para ser vista numa sala escura, e a história é envolvente e emocionante. E, assim como na fotografia, mesmo os heróis têm tons de cinza, perdidos nos próprios pecados, tanto quanto os seus antagonistas. É uma ficção científica atual – ainda que com ecos de outras produções – instigante, incrivelmente bem escrita e dirigida, e que competentemente apresenta uma discussão, a grande tarefa do gênero.
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7) Sicario: Terra de Ninguém (Sicario)
Seria um exercício interessante assistir o último filme de Spielberg e logo depois a nova produção de Denis Villeneuve, puramente pela proximidade das estreias. Enquanto um se mostra um fã da humanidade o que temos em Sicario: Terra de Ninguém é o oposto. Um filme tenso do começo ao fim, sem espaço para descanso e que mostra o pior lado do ser humano e como ser pego no fogo cruzado pode nos afetar. Discussões entre moralidade, leis e o que é certo e errado serão seus companheiros nessa desventura. Enquanto acompanhamos personagens detestáveis que dobram a lei como bem querem a reflexão que fica é o que faríamos no lugar deles.
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6) Divertida Mente (Inside Out)
Por trás do mundo multicolorido de Divertida Mente está uma evolução como nunca vista antes na Pixar. Outros filmes deles te alegraram, emocionaram e, com relativa facilidade, te fizeram chorar. Explorando o espectador dessa vez de maneira diferente, a animação é a coisa mais madura feita pelo estúdio. Com uma abordagem original, o conto sobre o sobre crescer e o amadurecer traz personagens cativantes, uma direção firme e um roteiro impecável do começo ao fim. Se em outros momentos a Pixar te comoveu pela nostalgia, aqui ela mostra que seus roteiristas entendem o ser humano, e como temos que passar por uma série de dificuldades, mostrando dificuldade que é amadurecer.
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5) Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman)
O novo filme do diretor que renovou a franquia X com coragem ao não usar Wolverine é divertido, brinca com clichês e foge do senso comum, tem camadas e uma forte crítica social. Com grandes músicas dão o tom ao filme, essa foi uma agradável surpresa, desde a importância do figurino, do vilão com plano de destruição/dominação que faz sentido, do roteiro amarrado, mulheres fortes, McDonald’s, Product placement e também sobre como os fracos herdarão a Terra.
Ouça o podcast em https://umtigrenocinema.com/kingsman-servico-secreto-tigrecast-83-podcast/
4) Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens)
Star Wars não é apenas um filme: é um evento. Episódio VII – O Despertar da Força é Star Wars na sua definição mais pura. A nova história se passa em um futuro usado e empoeirado, têm personagens carismáticos, uma história interessante, lutas de sabre de luz com intenção – e não um sequência de danças coreografadas – e responde àquela pergunta que, no seu âmago, cada fã se fez um dia: onde os nossos queridos personagens estão agora. Além disso, a produção abre caminho para uma nova jornada respeitando suas origens e encontra alguns meios para conquistar o coração dos fãs. Essa sim é a história que gostaríamos e merecíamos ver – e que oportunidade é estarmos vivos para recebê-la!
Leia + em https://umtigrenocinema.com/star-wars-episodio-viii-o-despertar-da-forca-critica/
3) Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash)
Um fantástico filme os sobre música, bullying que, apesar de ser embalado pelo jazz, NÃO É sobre jazz.
Ouça o nosso podcast em https://umtigrenocinema.com/whiplash-tigrecast-104-podcast/
2) Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (Birdman or [The Unexpected Virtue of Ignorance])
O conceito de nota é meramente relativo. Seria o mesmo sete de um igual ao outro? Não, não é. Assim como a nota dada nessa crítica de Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância). O número máximo serve de parâmetro para definir que o filme, a direção, atuação, fotografia, montagem – e que montagem! – estão não só impecáveis, mas surpreendentes. Porém, essa deliciosa produção é uma daquelas poucas em que a nota máxima não representa seu verdadeiro valor. Esta obra crítica, ácida e que traduz a imaginação para tela merece mais que um dez, se isso fosse possível na proposta atual.
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1) Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)
George Miller é o maior fã de Mad Max, universo que ele próprio criou. O septuagenário diretor então esperou vários anos para mostrar ao mundo e aos outros fãs a visão definitiva desse universo. E a missão foi cumprida com Mad Max: Estrada da Fúria. Num misto de reboot e continuação, o diretor atualiza o seu estilo, ao mesmo tempo em que o mantém. São sequências impressionantes, muita velocidade e personagens que, mesmo não sendo muito aprofundados, cativam o espectador em uma verdadeira aula de como se fazer um blockbuster. Durante as duas horas, você será levado para um mundo que, apesar de futurista, tem um discurso familiar para nós, enquanto embarcamos numa aventura tão insana e louca quanto um guitarrista que toca seu instrumento presa a um caminhão.
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