Comic Con Experience 2015: A Consolidação do evento e as lições para crescer

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Comic Con Experience 2015
Passadas semanas após a segunda edição da Comic Con Experience é possível analisar o evento com mais frieza e sem se deixar levar pela emoção ou se influenciar pelo conteúdo oferecido ao público durante os quatro dias de evento.

Organizado pelo Omelete e inspirado nas grandes convenções de cultura pop, a CCXP, como já é popularmente conhecida, veio para preencher uma lacuna que o público brasileiro tanto ansiava: Fãs de quadrinhos, cinema, TV, games, quadrinhos, literatura e RPG, finalmente tem um grande evento anual para celebrar entre si.

Realizada entre 3 e 6 de dezembro no Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo, em uma área aproximada de 55 mil m² capaz de abrigar estimadas 120 mil pessoas durante os quatro dias de evento a CCXP se consolida em 2015.

É um erro comum compará-la a convenções semelhantes como a Comic Con San Diego. Em primeiro lugar, obviamente, porque esta acontece nos Estados Unidos, o país que é o maior produtor de conteúdo que abastece o mercado da cultura pop. E também não podemos esquecer que a irmã mais velha é realizada há mais de três décadas, o que a torna totalmente estabelecida e inserida no planejamento estratégico de grandes estúdios de cinema, empresas de quadrinhos e games.

Voltando para a CCXP. A organização confirmou as grandes expectativas e ofereceu um evento recheado de atrações e interatividade para o público. O local escolhido e a diversidade de atrações proporcionou um leque de opções variadas que causavam muitas dúvidas na escolha de qual atração acompanhar, principalmente para aqueles que só não puderam comparecer em todos os dias.

Os estandes eram grandiosos e ofereciam diversas ações que estimulavam a interatividade com o público.

A Warner apresentou réplicas dos uniformes que serão utilizados Batman Vs Superman: A Origem da Justiça e parte de cenários de Esquadrão Suicida.

A Fox buscou alegrar adultos e crianças com a pista de patinação de A Era do Gelo, a casinha de Peanuts, o filme e até um karaokê que imitava as vozes dos esquilos de Alvin e os Esquilos.

A Netflix também ofereceu ao público um karaokê onde as pessoas cantavam músicas conhecidas de suas séries, bem como jogos temáticos que proporcionavam brindes aos ganhadores.

E aproveitando a ansiedade pela espera do novo filme da franquia Star Wars havia um stand exclusivo onde os fãs tiravam fotos com réplicas dos sabres de luz, além de poder comprar produtos oficiais.

E também tivemos os concorridos painéis que fizeram os fãs apostar corrida logo na abertura das catracas. O público foi agraciado com pré-estreias exclusivas como O Bom Dinossauro  nova animação da Pixar – e Creed, filme que segue o legado da franquia Rocky, além de painéis da Universal Pictures, Fox, Marvel, DC, Netflix, Star Wars, Capitão América: Guerra Civil, entre tantos outros.

E os convidados eram variados e de primeira linha, como Frank Miller, Jim Lee, Dan Didio, Mark Waid, Evangeline Lilly, John Rhys-Davies, David Tennant, Kristen Ritter, Misha Collins, Steve Cardenas, Anthony Russo, entre outros.

Mas nem tudo são flores. Ocorreram diversos problemas estruturais, como o calor excessivo, queda de energia, goteiras e alagamentos em diversos locais devido a chuva que ocorreu durante alguns dias.

E embora houvesse bastante interação entre artistas, empresas e público, houve uma falta de lançamentos exclusivos e grandes novidades. Ainda falta para a CCXP um destaque maior para o cerne que originou eventos deste tipo, que são os quadrinhos. Eles ficaram em segundo plano em decorrência de outras mídias. E é preciso ter mais cuidado e respeito principalmente com os artistas nacionais que ocuparam o Artists’ Alley, que estavam ali apresentando seu trabalho e interagindo diretamente com o público. Eles são a origem e a essência de uma Comic Com e merecem mais destaque e divulgação por parte dos organizadores.

As já habituais longas filas também precisam ser vistas com um olhar diferente. Muitos fãs se matavam para chegar cedo e conseguir um lugar nos concorridos painéis e praticamente não aproveitavam as demais atrações do evento. Para aumentar o problema, muitos que não conseguiam entrar nos auditórios formavam longas filas à espera de eventuais desistências. Talvez se houvesse uma imediata distribuição de pulseiras para acessar os auditórios evitaria a grande aglomeração de pessoas no lado de fora e faria com que aqueles que a recebessem pudessem andar pela feira e realizar compras antes do horário de alguma atração.

Outro problema foi a falta de habilidade e expertise de moderadores em alguns painéis que mostravam desconhecimento de assuntos abordados e em diversos momentos não souberam lidar com o tempo das atrações, imprevistos e reações do público, o que impacta negativamente em um evento que procura ser tão profissional para todos os envolvidos.

E talvez o maior dos problemas foi a falta de conteúdo e lançamentos exclusivos. É um fato que a organização precisa trabalhar para corrigir na próxima edição e mostrar confiança e credibilidade para empresas e estúdios. Como exemplo, podemos citar o painel da Warner que não apresentou nada de novo, apenas trailers amplamente divulgados na internet anteriormente. E para ilustrar esta falta de confiança, podemos lembrar que o segundo trailer de Batman vs Superman saiu na internet horas antes do primeiro dia de evento. Com maior negociação e habilidade poderia ter sido um dos lançamentos da CCXP, fato que a engrandeceria.

Porém, essas falhas e problemas são compreensíveis para um evento que está apenas na segunda edição e mesmo assim já se mostra como o maior voltado para a cultura pop da América Latina.

Pelos números, o público já respondeu que confia na CCXP. Aos organizadores fica a lição que é necessário conquistar ainda mais a confiança das empresas participantes e buscar evoluir na proposta e conteúdo, proporcionando uma maior e melhor experiência para todos.

Veja a nossa galeria de fotos da CCXP 2015 – Todas as fotos por Marcelo Zagnoli

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