Missão Madrinha de Casamento | Crítica | Bridesmaid, 2011, EUA
Missão Madrinha de Casamento tem alguns momentos engraçados e outros muito grosseiros. Mas é responsável por algumas risadas.
Com Kristen Wiig, Maya Rudolph, Rose Byrne, Melissa McCarthy, Wendi McLendon-Covey, Ellie Kemper, Chris O’Dowd e Jill Clayburgh. Escrito por Annie Mumolo e Kristen Wiig. Dirigido por Paul S. Feig.
Estava procurando boas comédias que foram lançadas esse ano. Perdi alguns filmes, e topei com esse que teve críticas boas e medianas. Com cenas engraçadas e situações que só mulheres passariam, a produção agrada. Mas sentimos falta algumas coisas que dariam mais qualidade ao filme, isso por ser a estreia de Anni Mumolo e Kristen Wiig no roteiro, e de Paul S. Feig na direção.
Conhecemos a nossa protagonista Annie (Kristen) no meio de uma cena de sexo. Numa situação desconfortável, Annie só sente prazer quando está no comando. Aliás, a cena faz questão de mostrar que quando é o ficante Ted (Jon Hamm) que decide o que fazer, tudo vira um tragicomédia. Apesar de Annie ser prepotente e até orgulhosa, ela não deixa isso transparecer e é usada por esse homem que, realmente, não presta. E ela acaba não se valorizando. Veja o jeito que ela se veste, como é descuidada da própria aparência. Isso tudo porque falhou no negócio que abriu. Por isso, ela se sustenta na amiga Lilian (Maya). Mas quando ela decide se casar, o mundo de Annie parece cair. E conhecemos outras madrinhas, em especial, Helen (Rose), que não poderia ser mais antagonista de Annie: linda, alta, se vestindo bem e ainda se move em slow motion. A competição pela atenção da noiva começa e, apesar de começar engraçada, é um pouco exagerada, chegando a causar constrangimento. A luta de Annie e Helen enquanto jogam tênis, ao som de Dirty Deeds Done Dirt Cheap, do AC/DC é um dos ponto altos do filme. Apesar disso, a luta é injusta, porque Helen tem muitos contatos, e isso vai sempre mostrá-la superior, e ainda assim, menos arrogante que Annie.
Uma das principais negativas do filme é que exagera um pouco nas piadas. A cena da prova do vestido é um exemplo. Depois das madrinhas e da noiva passarem mal por terem comido num restaurante brasileiro (com um garçom falando espanhol, óbvio), todas tem que dividir o único banheiro da loja. A cena é grotesca sim, tanto quanto o bar de strip-tease tailandês em “Se Beber Não Case 2”. Tudo seria bem mais interessante se mostrado com sutilidade, como na cena seguinte, quando uma das personagens tenta atravessar a rua para ir ao banheiro, mas não consegue. Nessa caso, menos foi mais.
A história começa a dar uma virada. Apesar do primeiro novo encontro de Annie ser desastroso, quando somos apresentados ao novo Norman Battes do cinema, uma outra relação surge para ela. A próxima cena de sexo, diferente do desastre cômico que foi a inicial, quando Annie se deixa ir com o policial Rhodes (Chris O’Dowd), é uma coisa mais romântica e sutil, que não dura mais que cinco segundos. Mesmo com tratamento romântico que recebe, a personagem continua estagnada, não se valorizando e arrogante. E olha que já estamos no 3º ato da história.
O ato final passa por roubos de ideias, crises de invejas, uma lição de vida das mais estranhas, e perto do fim, uma correria maluca, mas não mostrada, sobre um vestido. No fim da projeção pude pensar em bons momentos, mas poucos. Foi muito corajoso fazer a noiva não ser, nem de longe, a mais bonita do grupo. Mas a pouca evolução da personagem principal me incomoda. Annie não deixa seu orgulho, apesar da rival o fazer, e lhe falta a coragem que precisava para se levantar e levar pra frente o negócio que não deu certo antes.
Como é comum de produções recentes, o filme tem cenas pós-créditos. E acho que não me sentia tão mal vendo alguma coisa assim já há algum tempo. Sério, eu tive vontade de vomitar.