Missão Laser (Laser Mission, 1989, EUA-Rússia-África do Sul) [Crítica]
Com Brandon Lee, Ernest Borgnine e Debi A. Monahan. Escrito por David A. Frank e Phillip Gutteridge. Dirigido por BJ Davis. O mercenário Michael Gold (Lee) é enviado para Cuba com a missão de trazer o Dr. Braun, um físico especialista em laser para os Estados Unidos. Mas quando Michael é preso injustiçadamente e Braun capturado pelos soviéticos, ele tem a missão de resgatar o doutor antes que seu intelecto seja usado para o mal.
Eu me pergunto várias vezes porque certos roteiros são filmados. As histórias devem ser fantásticas e fazer todo sentido na cabeça de quem escreveu. E o poder de convencimento para vender esse tipo de lixo para os estúdios deve ser gigantesco. Só assim pra explicar essa bomba que vi.
A história começa numa mostra do “maior diamante do mundo”.Praticamente sem proteções, os bandidos levam a peça. E do nada, um dos bandidos atira por nada. A câmera mostra que ninguém teve reação nenhuma pra essa atitude. Continuando num aeroporto genérico de Cuba, com alguns erros de gramática, Michael acha bem rápido o Dr. Braun… assim como os sovietes que também estão atrás dele. Na prisão cubana, Michael é condenado à morte sem julgamento. Até aí, normal para os padrões de Castro. Mas vejam só, o método de execução escolhido é a guilhotina. Michael consegue escapar dominando o carcereiro mais idiota do mundo, com o pior sotaque que já vi. Ele consegue sair de lá por ter dado uma passada rápida no depósito de armas da prisão… que fica na mesma ala dos prisioneiros. Em que mundo? E Lee tem o péssimo hábito de olhar constantemente para a câmera…
De volta à embaixada dos EUA, Michael recebe a missão de trazer de volta o Dr. Braun, pela quantia de US$1 milhão. Mas logo depois diz que não está nem aí pro dinheiro, que só quer ajudar o velho… Certo, evolução de caráter em 2 minutos. Ele é despachado pra Angola, na África para ir atrás de Alissa (Debi), filha do Dr Braiun. Pra chegar lá, se disfarça como um típico cubano ao colocar um bigode falso. Caindo do céu, no meio do acampamento dos cubanos enviados para impedi-lo, ele convence a tropa mais idiota do mundo (treinada pelo carcereiro da prisão, aparentemente) usando um uniforme e misturando inglês e espanhol. E ninguém liga para o fato de receberem ordens de um sino-americano. Mas quem aqui está ligando para coesão do roteiro, não é?
Eventualmente Michael encontra Alissa e os dois partem para um país vizinho que o Dr Braun provavelmente está. E lá no meio deserto são caçados. O primeiro beduíno faz certo em usar um arco e flecha, pra ser silencioso. Mas depois grita que nem um idiota na frente deles só pra servir de alvo. Mais dois aparecem atirando. O primeiro tem pior mira que os Stormtroopers. O segundo luta mano-a-mano com Michael. Apesar de cairem pelas dunas, os dois sem um grão de areia no cabelo e no rosto, apesar de ter suado horrores. Depois disso, é até fácil atravessar 1600km a cavalo…
Num bando de plano que não fazem muito sentido, os dois são capturados e levados até o covil dos vilões, onde o Dr. Braun está. Lá ele explica que com os conhecimentos dele é possível usar um cristal grande o suficiente, no caso o diamante, e a tecnologia laser para criar uma arma nuclear… Depois dessa declaração idiota, paremos pra respirar. Eu não sou especialista em física, mas tenho certeza que a energia nuclear é criada a partir da fissão do átomo. Eu cheguei até aqui, e posso ir até o final. A luta entre o caçador soviético, o sub-chefe, e Michael acaba com os ois caindo de um casa de três andares. Michael cai de costas, o que deixaria qualquer um aleijado. Já o vilão é trespassado por lanças. Mas notem a edição de som. Ao invés de dar um som ao fato, o som do grito é simplesmente cortado, como se o personagem tivesse deixado de existir por aquele momento. Então, aparece um ninja! Apesar de vir sem ser apresentado, num corte de cena sem sentido, cheguei a pensar que seria A cena de luta mostrando os talentos marciais de Lee. Mas o combate dura só 12 segundos. No fim, o vilão tão temido e poderoso, é idiota suficiente para deixar uma navalha e o tal cristal desprotegidos do lado de Alissa. Mais lutas, mais tiros sem trancos (até as armas de grosso calibre são manipuladas sem problemas). O filme acaba para o bem de todos.
Que história idiota. Aliás, não história. Não tem trilha sonora. Só “serve” pra dar umas risadas percebendo essas coisas estúpidas e uma ÚNICA música de Mark Knopfler. Mas não se salva nem por isso. É um daqueles filmes que eu digo “perdi 90 minutos da minha, e os quero de volta”. Sério, esse filme não nos diverte e só te trata como idiota, achando que essas falhas são despercebidas. “Missão Laser” está em domínio publico, e você pode baixá-lo via torrent, ou assisti-lo no online. Aliás, nem perca seu tempo. Veja o trailer abaixo que você vai pegar a ideia toda em menos de 2 minutos. Desculpem por ter escrito tanto, mas é uma tendência com filmes ruins.