Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba | Crítica | Night at the Museum: Secret of the Tomb, 2015, EUA

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Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba é a parte mais fraca da trilogia, mas é a última oportunidade de ver Robin Williams na tela.

Night at the Museum: Secret of the Tomb, 2015

Com Ben Stiller, Robin Williams, Owen Wilson, Steve Coogan, Ricky Gervais, Dan Stevens, Rebel Wilson, Skyler Gisondo, Rami Malek, Patrick Gallagher, Mizuo Peck e Ben Kingsley. Roteirizado por Mark Friedman, David Guion e Michael Handelman. Dirigido por Shawn Levy (Os Estagiários).

5/10 - "tem um Tigre no cinema"A cada minuto que se passava durante a projeção de Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba eu me perguntava onde estava aquele espírito e aquela graça tão presentes nos dois primeiros filmes. Cinco anos separam uma obra da outra, e ainda que o filme tenha alguns bons momentos, Shawn Levy fecha a trilogia com a sensação nítida que falta alguma coisa, mostrando que nem sempre o tempo faz bem.

O segurança noturno do Museu de História Natural de Nova York Larry Daley (Stiller) descobre que a Placa Mágica de Ahkmenrah está perdendo seu poder. Para salvar a existência de Theodore Roosevelt (Williams), Jedediah (Wilson), Octavius (Coogan), Átila (Gallagher), Sacagawea (Peck) e do próprio Ahkmenrah (Malek) – o único realmente vivo do grupo do Museu – Larry decide ir até o Museu Britânico para desvendar o segredo da Placa e salvar os amigos, que o acompanharão na busca.

O maior destaque para o novo filme fica por conta da técnica, que é impecável. Com a ajuda de seus amigos que ganham vida todas as noites, Larry monta uma projeção 3D em partículas para uma nova atração do museu. Essas projeções interagem com as pessoas assim como os bonecos de cera e plástico dos outros filmes. É uma tentativa de mostrar que existe novidade até mesmo num museu, e reflete o que Levy faz no seu filme. Enfim, basta dizer que o CGI está bem feito e que chegamos num ponto extraordinário.

Quando as coisas dão errado por causa dos poderes da placa que começa a falhar, é engraçado ver Roosevelt e os outros enlouquecendo ou encarnando suas personalidades originais – como Átila sendo o huno conquistador que conhecemos, ou animais sendo animais. O roteiro escrito a seis mãos introduz outra novidade no museu. Laa (Stiller) é um neandertal esculpido com a face de Larry, uma piada para esse personagem que é bem sério mesmo depois de tudo por que passou. Depois disso há poucos risos. Jed e Octavius repetem a mesma história do ambiente que para eles, diminutos, é opressivo e a montagem vai e volta para mostrar que para nós não é nada demais. É mais do mesmo.

No entanto, há uma participação especial perto do fim do último ato que é ótima, e é melhor guardar a surpresa.

Na viagem para Londres – cheia de clichês, com establishing shots e London Calling tocando -, Larry tenta acertar as escolhas de seu filho Nicky (Gisondo), que ainda não decidiu o que quer estudar na faculdade, ou se mesmo quer fazer uma. Apesar do pai aceitar essa escolha do filho, o que preocupa Larry é que Nicky parece não ter perspectiva. É uma metáfora da aceitação das coisas que estão por vir durante o filme.

Ainda no campo de novidade e na tentativa de surpreender a audiência, somos introduzidos à um Sir Lancelot (Stevens) – animado no museu londrino pela placa – que, por ser novo no jogo, acredita ser o real cavaleiro da távola redonda em busca do santo graal. E há a bonachona e simpática guarda da segurança inglesa Tilly (Wilson), que faz as vezes de Larry no primeiro filme. E isso tem cara de uma tentativa, dependendo da recepção do público, de fazer um spin-off inglês do filme.

E algumas situações se repetem, como Larry tendo fugir do esqueleto de um dinossauro – desta vez um Tricerátopo – o vilão inesperado, as aventuras de correr contra o tempo antes da virada do dia, está tudo lá, de novo, com uma roupagem nova, apenas superficial.

O que seria uma produção medíocre não se perde totalmente por uma coincidência interessante e muito triste. Esse é a última vez que veremos Robin Williams na tela – Absolutely Anything está em pós-produção, mas vamos apenas ouvir a voz dele – e há um discurso de Roosevelt em tom de despedida, mas parece que é um epitáfio do próprio Williams para todos os que acompanharam a sua carreira. Por isso, não estranhe se cair uma lágrima do canto do seu olho quando Larry diz “eu não sei o que vou fazer amanhã” e recebe a resposta do amigo de cera “que excitante!”.

Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba | Pôster brasileiro

Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba, portanto, se salva nesses poucos momentos. A jornada de aprendizado e saber quando se desvencilhar, e com uma rápida participação de Ben Kingsley como o Faraó Merenkahre não são suficientes para tornar o filme memorável mas dão uma pequena graça, e não permitem que a aventura se encerre de modo melancólico. Pois, de certo modo, a mágica nunca acaba.

Nos créditos, Mickey Rooney, que também faleceu em 2014, é homenageado junto de Robin Williams.

Veja o trailer de Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".