Presságios de um Crime | Crítica | Solace, 2016, EUA

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Presságios de um Crime, novo filme do diretor de 2 Coelhos, tem elementos interessantes e um elenco com grandes nomes.

Presságios de um Crime (2016)

Com Anthony Hopkins, Colin Farrell, Jeffrey Dean Morgan e Abbie Cornish. Roteirizado por Peter Morgan, Sean Bailey e Ted Griffin. Dirigido por Afonso Poyart (2 Coelhos).

5/10 - "tem um Tigre no cinema"Entre alguns temas universais de como se contar uma história estão a redenção, a vida e a morte. Presságios de um Crime se sustenta nisso, além da sua execução – e que podemos ver de novo algumas assinaturas do diretor – na escolha do protagonista e antagonista e dos seus coadjuvantes. Sua reminiscência com outros filmes de assassinos em série pode fazer que os espectadores façam comparações com exemplos mais famosos. Há uma sensação muito clara de ser o clássico projeto em que o estúdio contrata um diretor para fazer um trabalho quase ditado pelos produtores, ainda que Poyart consiga fazer brincadeiras visuais que fizeram parte de seu primeiro filme.

A comparação que mais funciona para a trama é um jogo de xadrez entre John Clancy (Hopkins) – tendo os agentes Joe Merriweather (Morgan) e Katherine Cowles (Cornish) como suas torres – e seu antagonista: o importante é prever o movimento do oponente. É justo apontar que essa separação não fica nos termos de branco e preto como a peças do jogo. John, já na primeira cena, veste preto num misto de luto com a própria personalidade que, em certos pontos, é parecida com o criminoso. Tanto que a primeira vez que os dois se encontram pela primeira vez esse também veste cores escuras. Os dois veem um mundo triste e cheio de dor, os que os coloca momentaneamente no mesmo lado do tabuleiro.

É preciso apontar também a leitura visual da história. As visões de John gritam com a audiência – algumas duram apenas alguns frames –, a maioria sempre mostrando coisas terríveis. Poyart mistura elementos diversos para contar a história dessas visões entre slow motions, várias posições no mesmo planos mostrando as possíveis decisões que os personagens poderiam tomar e pelo menos um plano sequência montado de maneira inteligente para mostrar como John toma suas decisões. E a cena vem logo depois de um resquício do diretor vindo do seu primeiro filme, dando espaço até para uma perseguição de carro que mostra a veia de ação do brasileiro.

Porém, há exageros nesse mesmo tópico. Poyart usa no primeiro ato um exagero de câmera trêmula e zooms documentais ainda quando Joe leva Katherine para John em sua casa. É um efeito que poderia criar tensão entre os personagens, mas que deixa a audiência perdida. Também é difícil de entender a decisão do diretor – também montador junto de Lucas Gonzaga – em determinada parte da história, onde John começa a juntar o quebra cabeça dos assassinatos em sua mente, cria um videoclipe. São imagens intercaladas tomando cores e fotografias diferentes enquanto uma música pop genérica é cantada ao fundo.

E a palavra genérico é bem propícia à trama e seus personagens. Já vimos a discussão de Joe e Katherine – ceticismo e credo -, o assassino sempre à frente da polícia – não se assuste se Seven ficar pulando na sua cabeça, porque o filme originalmente foi vendido como uma continuação do filme de David Fincher – e a história que os personagens não são tão diferentes no fim das contas. Presságios de um Crime acaba sendo melhor para abrir a carreira de Poyart para o mercado internacional do que um bom filme por si só. Tem seus bons momentos o que pelo menos nos faz ter vontade de acompanhar a carreira do diretor que precisa se desprender de tantas homenagens, algo já apontava desde seu filme anterior.

Sinopse oficial

Quando o agente especial do FBI Joe Merriwether encontra-se de mãos atadas na investigação de um serial killer, decide recorrer à ajuda de seu ex-colega, o médico aposentado Dr. John Clancy e suas visões premonitórias.”

Presságios de um Crime | Pôster brasileiro

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".