Perfeita é a Mãe | Crítica | Bad Moms, 2016, EUA
Engraçado em vários momentos, Perfeita é a Mãe é uma boa comédia mas que peca muito na atuação da trio principal.
Elenco: Mila Kunis, Kristen Bell, Kathryn Hahn, Annie Mumolo, Jada Pinkett Smith, Christina Applegate | Roteiro e Direção: Jon Lucas, Scott Moore
O grande destaque de Perfeita é a Mãe é o protagonismo feminino, mesmo que o filme em si não tenha sido escrito nem dirigido por nenhuma. Ainda que tenha sido produzido por Suzanne Todd e Mark Kamine, fica no ar como seria a abordagem se fosse houvesse mulheres escrevendo ao invés de Jon Lucas e Scott Moore. Mesmo com a inevitável comparação com Se Beber, Não Case (The Hangover, 2009) – e suas continuações – a nova produção diverte em vários momentos, ainda que a atuação das protagonistas deixe a desejar. Além de ser uma produção até reflexiva sobre o que é ser mãe, mas sem ir demasiadamente ao drama disso em favor do gênero do filme.
Apesar de hoje já não ser tão incomum, mas que serve no mínimo como posicionamento, o filme aborda a subversão da vida de comercial de margarina. Amy (Kunis) é a típica personagem com um ponto de pressão, vivendo numa sociedade que a exige ser bonita, em forma, trabalhe e ainda seja uma mãe exemplar. Exemplos pulam na nossa cabeça, mas o mais recente vem de Desperate Housewives (2004 – 2012), mas de maneira satírica. Os diretores usam a narração off como a pressão dessa personagem que não tem tempo para si, elemento que é encerrado quando Amy se revolta contra um sistema estabelecido.
O trio de personagens tem personalidades distintas. Amy é a mais clássica das mães, Kiki (Bell) é a mais doce – interessante como a fotografia brilhante da casa dela contrasta com o caos que é sua família – e Carla a mais exagerada e perturbada. É uma influência direta do Bando de Lobos do filme mais famoso da dupla de roteiristas e não chega a ser nenhum demérito, mas fica a sensação de déjà-vú. Mas existe uma diferença que é a busca pelo equilíbrio das três, o que é um paralelo com o discurso óbvio, apesar de não parecer para muitos, que as mulheres não querem mais direitos, apenas os mesmos. O que no filme, pelo bem da comédia, é encarado com algumas extrapolações.
E é estranho perceber que referências a bebidas, drogas e sexo e, portanto, não recomendado para crianças, façam o filme recatado em outros pontos. Existe uma cena de nudez total feminina – bem rápida, é verdade – mas só um dos personagens masculinos mostra seu físico. Num filme que é dirigido para um público majoritariamente feminino e como uma proposta aparentemente mais ousada, faltou exatamente isso no roteiro. Fora uma menção a sexo oral e um beijo triplo entre mães, o filme continua numa toada bem tradicional. Levando em conta o que Lucas e Moore já fizeram, faltou um toque de sujeira e é aí que uma visão feminina faria diferença.
Longe de ser original, Perfeita é a Mãe diverte, consegue manter o ritmo e faz uma homenagem ao trabalho que essas mulheres fazem para tentar se encaixar nessa rotina maluca. Existem defeitos, personagens pessimamente desenvolvidos como o filho de Mia – se aproximando do final os roteiristas lembraram que ele existia e precisava de um arco de evolução. Também falta qualidade na direção da dupla, transformando mais de uma vez a narrativa em vídeo clipes com músicas do momento para agradar a audiência mais jovem. Isso não impede que saiamos mais leves com as situações que o trio passa, além de refletirmos um pouco melhor com algumas situações do dia a dia.
Perfeita é a Mãe | Trailer
Perfeita é a Mãe | Galeria
Perfeita é a Mãe | Sinopse
Em Perfeita É A Mãe! (Bad Moms, USA, 2016), três mães estafadas com a maternidade chegam no limite, e se unem para uma cômica e revolucionária reviravolta. Dos roteiristas da trilogia Se Beber, Não Case!, esta comédia traz no elenco as incríveis Mila Kunis (Amizade Colorida), Kristen Bell (House of Lies, Gossip Girls), Christina Applegate (Férias Frustradas), Kathryn Hahn (Quase Irmãos) e Jada Pinkett Smith (Gothan, O Professor Aloprado).
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