O Poderoso Chefinho | Crítica | The Boss Baby, 2017, EUA

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O Poderoso Chefinho é uma história bem infantil e divertida para os pequenos que são o público-alvo.

O Poderoso Chefinho (The Boss Baby) 2017

Elenco: Alec Baldwin, Miles Christopher Bakshi, Steve Buscemi, Jimmy Kimmel, Lisa Kudrow | Roteiro: Michael McCullers | Baseado em: The Boss Baby (Marla Frazee) | Direção: Tom McGrath (Madagascar) | Duração: 97 minutos | 3D: Relevante | Cena Extra

É um tanto injusto falar de um filme que claramente não foi pensado para você. O Poderoso Chefinho é para audiências muito novas: entre quatro e sete anos, não muito mais que isso e avalia-lo com o peso de outras animações de ar mais questionador e sério não seria correto. É uma história muito simples, leve e indicada para aquele programa de família, e o grande trunfo é que não será uma experiência tediosa para os pais. As crianças vão se impressionar com as cores e aventuras que os personagens passam, enquanto os mais velhos que os acompanharem vão poder curtir a reação deles, essa sim uma diversão.

Baseado num livro infantil, a adaptação explora com muita competência o ponto de vista e imaginação de Tim (Bakshi). De longe, a melhor parte da história é ver as aventuras da cabeça do jovem transformadas em animação. A aposta do diretor é que, de alguma maneira, os espectadores mais se identifiquem com os cenários e algumas referências, como um relógio que imita Gandalf, músicas-temas conhecidas e homenagens a personagens de filmes infantis mais antigos – a feita à Mary Poppins (1964, Robert Stevenson) é hilária. Para as crianças, a produção conseguirá prender a atenção puramente pela aventura.

Claro que a uma dificuldade perceptível em adaptar uma história de 36 páginas basicamente feita de ilustrações para um roteiro de pouco mais de 90 minutos, aí o ponto fraco do filme. Para conseguir essa metragem comercial, a história simples se estica um pouco demais, quase indo para aquele perigoso ponto de perder a atenção das crianças. Isso se nota na primeira parte da história quando o Bebê (Baldwin) chega à casa dos Templeton, pois esse ato não conversa com os dois seguintes – e por mais que essa uma história feita para crianças, ela foi escrita por adultos. Não é o caso apenas de deixar a história mais curta, mas sim de fazer as ações do Bebê ser condizentes durante o filme todo.

A maior qualidade do filme é a animação, colorida e que brinca com a montagem para mostrar como a imaginação de Tim funciona – e a história em nenhum momento nega que tudo está acontecendo na cabeça do garoto -, usando travellings circulares e passagens de luz, como um abrir de porta, para passar de um momento para outro, representando a volta de Tim para a realidade. Os detalhes do design dos personagens também são pontos a se prestar atenção, principalmente no fato do Bebê estar sempre aprumado com seu terno e Tim ser mais desleixado, sempre exibindo uma meia diferente em cada pé. São coisas que só os adultos vão perceber, mas mostra o cuidado da produção em geral.

Por outro lado, uma história tem que respeitar o próprio universo e o roteiro não faz isso com o vilão da história, um hoje homem crescido e que se lembra de seu passado na Corporação Bebê. O problema é que a história leva um tempo considerável com o Bebê explicando para Tim de como é trabalhar naquele lugar, que eles nunca crescem e nunca se esquecem de lá por uma fórmula mágica adicionada ao leite. E isso quebra a motivação odiosa que Francis E. Francis (Buscemi), CEO da Puppy Co., pois não há nenhum indício que ele tenha levado consigo a fórmula, algo que seria resolvido com alguns segundos no divertido flashback do personagem.

O Poderoso Chefinho é como um episódio estendido daquela animação que seus filhos assistem na TV: leve, inocente, colorido e que ensina uma grande lição. Ele é particularmente emocionante no desfecho, principalmente para quem viu a chegada de um irmão mais novo na família. Por essa simplicidade no roteiro fica difícil extrair mais do que isso da narrativa – e não há nada de errado nisso. Particularmente, creio que a história poderia aproveitar melhor seu tempo fazendo uma crítica à indústria de venda de filhotes, o que é sequer mencionado. Fora isso, valerá a pena compartilhar com as crianças essa aventura e ver nos seus olhos a alegria por cada risada que a história traz, sem ter que sacrificar a sua sanidade com isso.

O Poderoso Chefinho concorre ao Oscar 2018 na categoria Melhor Animação (Tom McGrath e Ramsey Ann Naito).

Poderoso Chefinho | Trailer

Poderoso Chefinho | Pôster

O Poderoso Chefinho | Cartaz nacional

Poderoso Chefinho | Galeria

O Poderoso Chefinho | Imagens (1)

Créditos: 20th Century Fox/Divulgação

O Poderoso Chefinho | Imagens (2)

Créditos: 20th Century Fox/Divulgação

O Poderoso Chefinho | Imagens (3)

Créditos: 20th Century Fox/Divulgação

O Poderoso Chefinho | Imagens (4)

Créditos: 20th Century Fox/Divulgação

Poderoso Chefinho | Sinopse

O Poderoso Chefinho conta a história da perfeita vida de Tim (Bakshi) que é abalada pela chegada de seu irmãozinho. Que é igual a qualquer outro bebê. Se não fosse o fato dele usar um terno, uma pasta e saber falar. Sem conseguir convencer os pais dessas coisas estranhas, Tim terá que descobrir quais são os planos do recém-chegado.

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".