O Bebê de Bridget Jones | Crítica | Bridget Jones’s Baby, 2016, Reino Unido

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O Bebê de Bridget Jones é uma comédia que não apela para o exagero e traz de volta uma das personagens mais queridas do cinema.

O Bebê de Bridget Jones (2016)

Elenco: Renée Zellweger, Colin Firth, Patrick Dempsey, Jim Broadbent, Gemma Jones, Ed Sheeran, Emma Thompson | Roteiro: Helen Fielding, Dan Mazer, Emma Thompson | Direção: Sharon Maguire

8/10 - "tem um Tigre no cinema"Assistir O Bebê de Bridget Jones é como visitar uma velha amiga – e doze anos é tempo demais. Uma amiga que te faz chorar de tanto rir, que te traz boas lembranças e que te faz sentir confortável em estar perto. Apesar de suas inseguranças, devaneios e até loucuras. E assim é o retorno de Sharon Maguire à personagem que iniciou sua não tão bem sucedida carreira. Atualizada, o filme ainda é Bridget: há comédia, empoderamento, diversão e uma identificação, tanto para mulheres quanto para homens que chegaram aos trinta, estão perto deles, ou já passaram ligeiramente dessa idade.

A insegura, mas ainda Bridget Jones (Zellweger) continua sendo adorável e agora realizada – em parte. Não havendo a necessidade explicar exatamente porque, como se fosse uma questão de foro íntimo, Bridget e Mark (Firth) não estão mais juntos. O que não a impediu de construir uma carreira sólida, continuar com seus amigos de longa data e seguir em frente. Existem sensações parecidas com o primeiro filme quando Bridget, de volta a seu apartamento, comemorando seu aniversário, sozinha, ao som de All By Myself – até perceber como isso é antiquado. Por isso que ela troca de música, que talvez servisse para a personagem do filme de 2001, mas não aqui.

Sem julgar a personagem, seja pelo sexo sem compromisso ou pelas roupas curtas, a diretora a  coloca numa aventura – a da maternidade –, dando o protagonismo que teve desde o filme original, e sempre mereceu. Não é à toa que Bridget tem uma posição de destaque na sua emissora, onde ela atua no backstage como cérebro de tudo. E como qualquer cérebro, ele pode se confundir de vez em quando, o que coloca a nossa querida amiga em situações hilárias que não caem para o humor fácil e apelativo. Já era algo característico de Bridget no filme original, mas é interessante perceber o seu crescimento durante esses anos.

E dentro dessa aventura não é de se espantar que aconteça uma batalha, mas não nos moldes de algum clichê de ação. Em primeiro lugar, é interessante como o trio de roteiristas e a diretora brincam com signos nas relações de Bridget. Se por um lado ela conhece Jack (Dempsey) e dorme com ele em um festival de música, depois ela tem uma recaída com Mark durante a festa de um batizado, num conflito entre a novidade e a tradição. Conflito que é representado por extremos geográficos – Mark, inglês; Jack, americano – e como os locais de nascimento influem na personalidade e na briga de quem seria o pai do bebê. O jeito dos dois se expressarem também é fantástico, mas a de Mark, por ser o estereotipo do inglês contido, é mais engraçada ainda. E a diretora faz isso sem mostrar a reação do advogado.

Tecnicamente, a diretor mostra superioridade em relação a produção original. A montagem, as posições de câmera e as frases intercaladas de Bridget e sua amiga apresentadora não devem passar despercebidas: umas mais óbvias – na diversão entre ela e Miranda (Solemani)– e outras sentidas no subconsciente – marquem a cena quando Jack dá a entender que ele é o pai da criança e como Maguire sutilmente separa Mark de Bridget por uma fresta no vidro. Além disso, esse é um filme mais dinâmico, mesmo que tenha trinta minutos a mais que o original. Assim como a personagem, a Maguire está mais madura e segura no papel de diretora.

O trio trabalha muito bem com a estranheza dessa luta de Bridget em contar que qualquer um deles pode ser o pai da criança. Mais uma vez usando signos, os roteiristas mostram que essa é uma questão tão estranha quanto um indiano com um nome quase impronunciável. Há outras brincadeiras e piadas que funcionam por si só, algumas fantásticas como Bridget consegue convencer a Dra Rawlings (Thompson) a ajuda-la a esconder a questão da dúvida dos dois, e outras que funcionam como referências, em especial a que acontece na cantina e com o garçom mais sem graça do cinema que é um tanto como nós, ali no cinema, sentiríamos ouvindo à narrativa.

Pecando na solução da pergunta principal, representando como poucas vezes temos visto no cinema essa geração – pessoalmente, me identifiquei muito quando Bridget não reconhece Ed Sheeran, numa participação especial – e a falando pressão clássica das famílias, especialmente nas mulheres, O Bebê de Bridget Jones fala sobre lutas e reconhecimento, e é equilibrado com uma comédia que permeia toda a narrativa. Como a vida, há momentos sérios que não devem ser ignorados – depressão, liberdade de expressão, para citar exemplos –, mas que são mais fáceis de serem enfrentados se tivermos alguém do nosso lado. E esse alguém não precisa ser, necessariamente, o pai do seu filho. O que por si só já é uma grande lição.

O Bebê de Bridget Jones | Trailer

O Bebê de Bridget Jones | Pôster

O Bebê de Bridget Jones | Cartaz

O Bebê de Bridget Jones | Imagens

O Bebê de Bridget Jones | Galeria

O Bebê de Bridget Jones | Galeria

O Bebê de Bridget Jones | Galeria

O Bebê de Bridget Jones | Galeria

O Bebê de Bridget Jones | Galeria

O Bebê de Bridget Jones | Galeria

O Bebê de Bridget Jones | Com Ed Sheeran

O Bebê de Bridget Jones | Galeria

O Bebê de Bridget Jones | Sinopse

Cercada de amigos e pronta para ser feliz para sempre, Bridget Jones segue confiante já que sua vida está dando sinais de melhora: agora ela é produtora do noticiário em que trabalhava e se orgulha por ter uma boa relação com seu ex-namorado, o advogado Mark Darcy (Colin Firth). Quando tudo parece estar as mil maravilhas, ela descobre que, aos 40 anos de idade, está esperando seu primeiro filho. A pergunta que não quer calar é: quem será o pai do bebê?

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".