Jack Reacher: Sem Retorno | Crítica | Jack Reacher: Never Go Back, 2016, EUA

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Jack Reacher: Sem Retorno continua equilibrando ação e humor, mas falha ao apelar para o sentimentalismo barato.

Jack Reacher: Sem Retorno (2016)

Elenco: Tom Cruise, Cobie Smulders, Danika Yarosh, Austin Hébert, Patrick Heusinger, Aldis Hodge, Holt McCallany e Robert Catrini | Roteiro: Richard Wenk, Edward Zwick, Marshall Herskovitz | Baseado em: Jack Reacher: Sem Retorno (Lee Child) | Direção: Edward Zwick (O Último Samurai).

5/10 - "tem um Tigre no cinema"É extremamente difícil fazer filmes de ação, e já há algum tempo. Fugir de clichês, personagens estereotipados é um grande desafio para qualquer um que entre nessa jogada. Jack Reacher: Sem Retorno sofre desse mal. Se na aventura anterior o personagem era colocado em situações impossíveis, compensadas por boas cenas de ação e homenageando o estilo, a continuação parece sem propósito exatamente por esse motivo. A história de 2013 fazia sentido porque outros personagens e filmes fizeram que o ex-major existisse, mas a continuação serve apenas para referenciar o próprio personagem. E ao incluir uma trama de cunho pessoal, a aventura apela para o piegas. Ainda é divertido, mas claramente sem lugar para se destacar.

Ao menos a construção de Jack Reacher (Cruise) é bem apresentada. Os enquadramentos de Zwick, mostrando o personagem subjetivamente pelas costas para ser descoberto aos poucos, as feridas da luta e o desafio às autoridades servem de metáfora para a história que segue. Nesse prólogo há o desafio às autoridades, a questão de agora ele estar mais vulnerável (no filme anterior ele cuidou de quatro bandidos da ralé sem suar) por estar machucado e sangrando e a associação com uma pessoa que conhece apenas por indicação e que só conheceremos nas próximas cenas. E fora o detalhe do ferimento, não há necessidade de assistir o filme anterior para compreender esse, a não ser para efeitos de comparação.

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Existe também a preocupação de fazer um filme com mais representatividade na Major Susan Turner (Smulders), que Jack fica ligeiramente surpreso por se tratar de uma mulher, e no Capitão Anthony Espin (Hodge) onde temos um negro que não serve nem de escada nem de alívio cômico. Jack sente essa diferença quando fala com Turner pela primeira vez. Para ele, um andarilho, estar desconectado do mundo trás essas surpresas que reflete também na possibilidade de ser pai da jovem Samantha (Yarosh), uma personagem que parece carregar o gene Reacher – na verdade somos forçados a acreditar nisso quando a jovem de menos de 15 anos consegue surpreender o ex-major, reforçando o descuido que agora o acomete.

O que torna o filme mediano, se muito, é revisitá-lo na memória e achar cada vez menos destaques. As cenas de ação, teoricamente o carro chefe, são apagadas ou relegadas à troca de tiros. Por ser um filme com orçamento mais enxuto – em termos de Tom Cruise, já que seus filmes custam pelo menos o dobro – não temos sequer uma perseguição de carros, feitas só a pé, e só uma explosão. Pode parecer outro clichê pedir que existam mais clichês, mas a produção não é diferente por não contar com eles. São situações diferentes no mesmo esquema de sair correndo de um lado para o outro. O que muda é que Jack não é chamado para participar, mas é obrigado.

O tom mais sério da trama que envolve os problemas internos dos EUA, feridas de guerras e política da guerra contra as drogas é balanceada com o bom humor que estava presente na aventura anterior. São situações que rendem boas risadas – principalmente aquelas que acontecem entre as cenas de ação – como quando Turner e Reacher se tornam fugitivos da Polícia do Exército e a comparação da idade dos dois que culmina na descoberta que eles teriam problemas em lidar com um mercenário sem nome (Heusinger), o que é uma simbologia de que os dois só sairiam daquela situação se agissem juntos.

Também há os problemas das conveniências. Existem algumas que podem ser encaradas como piadas – a da cena do aeroporto, onde a foto do passaporte roubado é claramente diferente de Reacher – mas há uma sem sentindo e que direciona a história ao drama familiar. O nome de Jack Reacher aparece sem motivo nenhum na declaração ao exército da mãe de Samantha. É simplesmente tirada da cartola, considerando que Jack Reacher não é um nome tão comum a ponta de alguém inventar. Fica claro que o elemento só foi incluído na história para que o filme ganhasse mais tempo de tela.

No entanto, os roteiristas gostam de definir Reacher por meio de signos que são a sua personalidade sem ficar apontando isso por meio de diálogos expositivos ou flashbacks, que deixa o segundo ato bem dinâmico. Por estar fora do exército, o protagonista dispensa muitas vezes o uso de armas de fogo, preferindo improvisar. Mesmo numa cena muito bem coreografada onde ele se encontra numa jaula – leia-se, entre animais – não é ele que propriamente atira contra seus perseguidores, mas usa sua inteligência como arma. Esses momentos funcionam para dar profundidade ao personagem que podem ficar escondidos nos cortes da montagem típicos de filmes de ação, mas não são menos importantes por causa disso.

Se não apelasse para a pieguice – ou se Danika Yarosh fosse uma atriz melhor – Jack Reacher: Sem Retorno seria um filme mais eficiente. Quando a trama principal se resolve é que podemos perceber que o elemento da possível filha de Reacher só serve para esticar mais o tempo de produção, pois até então não tivemos um confronto físico digno, o maior clichê dos filmes de ação. Ao invés de terminar com uma história mais cerebral, que desafiaria os padrões do gênereo, Zwick prefere o caminho tradicional, o que deixa sua nova produção na prateleira dos menos escolhidos e revisitados no futuro.

Jack Reacher: Sem Retorno | Trailer

Jack Reacher: Sem Retorno | Pôster

Jack Reacher: Sem Retorno | Cartaz

Jack Reacher: Sem Retorno | Imagens

Jack Reacher: Sem Retorno | Galeria

Créditos: Divulgação

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Jack Reacher: Sem Retorno | Sinopse

Jack Reacher (Tom Cruise) retorna à base militar que ele serviu na Virgínia, onde pretende encontrar a comandante local Susan Turner (Cobie Smulders). Chegando lá, descobre que ela foi presa por traição. Mas, sabendo que a major é inocente, ele assume a missão de resgatá-la e descobrir a verdade por trás de uma grande conspiração do governo. Na corrida como fugitivos da lei, Reacher descobre um potencial segredo de seu passado, que poderia mudar a sua vida”.

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".