Como Treinar seu Dragão 2 | Crítica | How to Train Your Dragon 2

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Como Treinar seu Dragão 2. É um filme emocionante, épico, divertido e feito para qualquer apreciador de boas histórias, e não apenas para crianças.

Como Treinar seu Dragão 2

Com Jay Baruchel, Cate Blanchett, Gerard Butler, Craig Ferguson, America Ferrera, Jonah Hill, Christopher Mintz-Plasse, T.J. Miller, Kristen Wiig, Djimon Hounsou e Kit Harington. Roteirizado por Dean DeBlois, baseado na obra de Cressida Cowell. Dirigido por Dean DeBlois (Como Treinar seu Dragão).

10/10 - "tem um Tigre no cinema"A primeira vez foi emocionante, por mais que os temas de não se deixar pelas aparências e confiar em você mesmo sejam batidos. Como Treinar seu Dragão 2 leva à sério seus personagens, amadurecendo um os jovens vikings que vimos no primeiro filme, mas ainda se identificam com o que eram. E a continuação ganha maiores e melhores proporções. É um filme emocionante, épico, divertido e feito para qualquer apreciador de boas histórias, e não apenas para crianças. Em suma, valerá a pena apreciar sozinho ou acompanhado mais um voo de Banguela e seus parceiros.

Cinco anos se passaram desde quando o povo de Berk aprendeu com Soluço (Baruchel) e Banguela – o simpático Fúria da Noite – que os vikings e os dragões poderiam viver em harmonia. Mas Soluço e os outros descobrem que o mundo é vasto, e que nem todos pensam assim. Isso o colocará no caminho de Drago (Hounsou), um caçador de dragões que não mede esforços para ter todos os dragões em seu domínio.

Para dar a mudança de atmosfera do filme anterior, o diretor Dean DeBlois abre a sequência com uma narração de Soluço nos mesmos moldes da primeira aventura, mas as coisas estão claramente diferentes: a cena é diurna, os dragões estão pintados com cores alegres, e os seus domadores estão se divertindo. Astrid (Ferrera) e os outros treinadores estão em sintonia com seus dragões, e cada um deles ganha um nome. Soluço e Banguela não deixaram seu espírito aventureiro para trás, e a sinergia e equilíbrio dos dois alcançou um ponto onde um acredita no outro plenamente. As cenas em que os dois estão se aventurando entre as nuvens e explorando além da ilha de Berk é um vislumbre, e naqueles poucos minutos já conseguimos entender como os dois se sentem e se completam. Apesar de Soluço estar mais maduro – representado por uma rala barba que já faz sombra em seu rosto – o viking não deixa seu espírito brincalhão de lado ao dar o nome de uma recém-descoberta ilha de “Sovaco cosquento”. DeBlois está atento à vontade do público de querer ver dragões, e enquanto acontece uma cena importante ao desenvolvimento da história em primeiro plano, ele deixa os dragões brincando ao fundo, para divertir a audiência ao mesmo tempo que a deixa no trilho da história.

Com mais tempo em mãos, DeBlois expande o universo criado no primeiro filme. Vemos, nem que seja por pouco tempo, novos dragões de tamanhos e cores variadas – inclusive marinhos – conhecemos mais seus modos de vida e sociedade. Apesar de Banguela e outros dragões menores terem trejeitos de gatos – íris em formato de fenda, a preferência por peixes e o mesmo tipo que os felinos fazem – os novos horizontes que aparecem trazem uma fauna quase exclusiva. Outros animais são raros – só aparecem peixes e as ovelhas, que acabam sendo um alívio cômico – e essa é uma metáfora interessante. Ao mesclar tantos animais do nosso mundo no universo de dragões, há um conto de preservação. O filme original é uma luta contra a natureza, representada na figura dos seres alados. Neste, há uma evolução e um respeito vindo do homem. Se a figura dos dragões representa a natureza em si, acabar com eles seria não apenas acabar com uma espécie, o que por si só seria terrível, mas seria também destruir a natureza. E, como no nosso mundo, alguns querem viver em harmonia com a natureza, há outros querem subjugá-la a seus pés. É por isso que quando Drago consegue dominar um dragão ele pisa em seu focinho, enquanto a personagem Valka (Blanchett) – assim como Soluço – respeitosamente estende a mão para eles.

Valka tem um papel importante na saga. Dona de olhos verdes e um olhar profundo, ela é a antítese de Drago e, em certo ponto, de Estoico (Buttler). Existem poucos e limitados registros da cultura viking, mas se sabe que a sociedade era patriarcal e que, por exemplo, as mulheres não podiam carregar armas. Por isso ela lida com os dragões que salva com um cajado com pequenos sinetes, enquanto o líder dos caçadores usa de gritos e força bruta. E nisso o design de produção reflete impecavelmente. Enquanto os dragões livres são cheios de cor, os escravizados carregam correntes e grilhões. Esse contraste também aparece quando Soluço e Astrid encontram Eret (Harington) e outros caçadores de dragões: a trilha fica mais pesada, acompanhando a fotografia e o cenário, que se torna gélido e sombrio.

Outras características que encontramos no primeiro filme continuam e são ampliadas. Soluço melhora nas suas invenções e Estoico mostra-se um líder mais forte do que nunca. E o tema do filme, ao ficar mais maduro, também se torna mais dramático. Sacrifícios são necessários para que um herói surja. É um ponto corajoso do roteiro de DeBlois, por mais triste que isso seja.

Como Treinar seu Dragão 2 - pôster brasileiro

Como Treinar Seu Dragão 2 apresenta batalhas épicas, rápidas inserções da cultura viking e um roteiro bem amarrado e que justifica cada um de seus elementos. Há cenas marcantes e uma mistura de graça e ousadia entre os e treinadores e as criaturas de asas: uma verdadeira dança dos dragões. E a mistura de sorriso no rosto e nó na garganta torna a experiência inesquecível.

Veja abaixo o trailer de Como Treinar Seu Dragão 2:

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".