A Série Divergente: Convergente | Crítica | The Divergent Series: Allegiant, 2016, EUA

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A Série Divergente: Convergente é lento, pessimamente atuado e tem efeitos especiais aquém da sua importância mercadológica.

A Série Divergente: Convergente (2016)

Com Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Octavia Spencer, Ray Stevenson, Zoë Kravitz, Miles Teller, Ansel Elgort, Maggie Q, Bill Skarsgård e Naomi Watts. Roteirizado por Noah Oppenheim, Adam Cooper, Bill Collage e Stephen Chbosky, baseado no romance de Veronica Roth. Dirigido por Robert Schwentke (A Série Divergente: Insurgente).

2/10 - "tem um Tigre no cinema"O sucesso transforma as pessoas. Uma história que foi pensada em três partes – colocando de lado a qualidade da escrita – transformada em quatro apenas por causa do lucro é um problema que, vendo exemplo atrás de exemplo, não funciona. A Série Divergente: Convergente é lento, pessimamente atuado e tem efeitos especiais aquém da sua importância mercadológica, reforçando a impressão do anterior e cada vez mais confirmada que não passa de uma colagem de outras histórias com temas similares. Para piorar as coisas, depois de 120 minutos de projeção procuramos bons motivos para os outros 120 minutos existirem em 2017.

Os nada mais nada menos que quatro argumentistas/roteiristas, com mais uma vez o insípido Robert Schwentke – que perdeu o brilho visto em Te Amarei Para Sempre –, receberam uma missão hercúlea: transformar o romance de pouco mais de 500 páginas em 240 minutos. Independentemente das linhas de diálogos clichês e horríveis terem vindo do original, o que não é desculpa nenhuma, o quarteto falha miseravelmente com obviedades demais: você sabe qual vai ser a resposta da conversa, mesmo sem ter lido o livro; assim como sabe que aquele personagem insignificante vai morrer porque a ela disse o fatídico “conseguimos”.

Senão fosse irritante o suficiente, os roteiristas usam inúmeras repetições para a narrativa ganhar as comerciais duas horas que um filme de Hollywood precisa. Então, um personagem conta para o outro o que acabou de ouvir do primeiro, algo que nós da audiência acabamos de ouvir também. Com sutileza zero, Schwentke trata o espectador como incapaz de entender sua trama extremamente complexa – quer dizer, complexa na cabeça dele. E, por algum motivo, o diretor explica apenas o que lhe convém ou o que consegue. Por exemplo, parece mágica o sistema de vigilância de Chicago por ficar sem explicação, mas apresenta sem problemas como é o sistema de drones pessoais. E ele poderia cortar cinco minutos de conversa para dar uma justificativa válida para aquela tecnologia de vigilância.

E fica difícil acreditar numa protagonista como Pris (Woodley), algo que já era perceptível desde o filme anterior, e piorado nessa sequência. Pode ser porque a atriz já esteja sem paciência de atuar a terceira vez no mesmo papel. Ou Schwentke percebeu a furada que entrou. Ou ainda por ele ser um péssimo em direção de atores e atrizes (o que explica porque não nos importamos com nenhum dos personagens). No fim, não importa. Fica claro que Tris não está se esforçando em permanecer viva. Vejam a cena em que ela, Quatro (James) e os outros companheiros estão indo para o Distrito Treze além da muralha como atriz corre pateticamente e sem parecer que está sendo caçada.

Outro ponto fraco é ficar atestando constantemente o óbvio. O lado de lá é um deserto radioativo pintado num vermelho infernal. Nós estamos vendo isso. Porém, ainda na já citada necessidade de fazer mais filme, Peter (Teller) chega a descrever o cenário como se num recurso de audiodescrição da produção. “Está chovendo sangue”, ele diz quando a chuva ácida começa a cair sobre eles. Mostre mais, conte menos parece ser uma regra que Schwentke esqueceu. E não importa que o mundo esteja caindo e toda a civilização como os personagens conhecem esteja para acabar, os responsáveis encaixam um beijo longo entre Tris e Quatro, com direito a juras de amor. Claro, ainda teremos um quarto filme. Quem está com pressa?

É tudo envolto em uma aura desnecessária de tensão no começo do segundo ato. O que é diferente de sentir que tem alguma coisa errada e que o Partido e do Grande Irmão o Conselho e David (Daniels) tenham sua própria agenda para separar a prole dos membros do partido os danificados dos puros. Mas não existe motivo nenhum para a hesitação de Tris depois de ser salva no meio do deserto, sendo que os soldados poderiam ter dado cabo dela e ninguém em Chicago iria se importar. De novo, tudo para arrastar a história e justificar a divisão do livro de 2013 em duas partes.

A outra tarefa hercúlea fica do nosso lado: achar algum momento razoável que seja na história. Para ser justo, o cenário do deserto devastado, onde vemos sinais da guerra de 200 anos atrás, faz a gente pensar em como uma sociedade chegou a esse ponto. E há cenas de ação interessantes, mas todas protagonizadas por Tobias. Já no terceiro ato há uma luta corporal onde o jovem está claramente em desvantagem, e que vale a pena por seu desenvolvimento e coreografia. Diferente de Tris, mais cedo na história, há uma clara vontade de sobreviver do personagem.

Como tantos outros exemplos – dividir O Hobbit em três partes e a parte final de Jogos Vorazes em duasA Série Divergente: Convergente termina sem fechar sua própria narrativa e claramente com pouquíssimo para mostrar no desfecho daqui um ano. É triste notar que no seu cerne há um argumento interessante, mas terrivelmente executado. A tecnologia funciona com quem quer na hora que precisa – determinado momento Caleb (Elgort) aprende a pilotar perfeitamente uma nave sem ter contato com a tecnologia – o subtema das crianças é porcamente desenvolvido e é impossível acreditar no discurso final de Tris, que parece mais separar do que unir. Agora é esperar o pior.

Sinopse

Graças à capacidade de Tris para desbloquear uma mensagem, descobrimos que a distópica e destruída cidade de Chicago não é o último refúgio para a raça humana, mas foi usada como um experimento para Divergentes em desenvolvimento, tais como a nossa heroína. O que ela poderá fazer para salvar o resto do mundo é um mistério, mas ela vai aprender muito mais sobre isso com David, o misterioso diretor do Departamento de Auxílio Genético

A Série Divergente: Convergente | Pôster brasileiro

A Série Divergente: Convergente (Foto)

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".