O Hobbit: Uma Jornada Inesperada | Crítica | The Hobbit: An Unexpected Journey, 2012, EUA

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O Hobbit: Uma Jornada Inesperada tem erros – sendo o principal sabermos que teremos outras duas partes – mas é um filme equilibrado que vai agradar os sedentos por aventuras.

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

Com Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Andy Serkis, Hugo Weaving, Christopher Lee, Elijah Wood, Ian Holm e Cate Blanchett. Roteirizado por  Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens, e Guillermo del Toro, baseado na obra de JRR Tolkien. Dirigido por Peter Jackson.

8/10 - "tem um Tigre no cinema"“O Hobbit ” foi uma produção cercada de alguns questionamentos, sendo um deles a tecnologia de 48 quadros por segundo e a decisão do diretor de dividir um livro de pouco mais de 300 páginas em três filmes. Não posso opinar ainda sobre a tecnologia nova, mas o que vi na tela me agradou muito. A primeira parte da nova trilogia, “Uma Jornada Inesperada” nos leva de novo à Terra Média num passeio que não dá espaço para receios e medos. Existem alguns erros que levam o filme à ficar longe da nota máxima, mas os acertos são suficientes para dizermos mais uma vez que “in Jackson we trust”.

Jackson tem um carinho com o universo que desenvolveu nos cinemas, e nos traz de volta à Terra Média de um jeito familiar, ao mostrar o velho Bilbo Bolseiro (Holm) escrevendo as suas aventuras no livro vermelho, que mais tarde servirá de inspiração para Frodo (Wood). Jackson dá umas pisadas de bola nessa hora, pois mostra que Bilbo começa a escrever o livro no dia da festa de seu 111º aniversário, como vimos em “O Senhor dos Aneis: A Sociedade do Anel” (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, 2001). É difícil de acreditar que ocupado como estava, o nosso querido Hobbit conseguiria escrever tantas páginas manuscritas em algumas horas. E ao narrar o começo do livro com a história de como os anões perderam sua morada em Erebor por causa do ataque do dragão Smaug, Jackson usa e abusa das narrações em off de um jeito irritante. Por exemplo, na cena aparece um dos anões que grita “é um dragão!”, e Bilbo repete “era um dragão!”. Calma, Sr Jackson… nós podemos ver isso.

Mas esses erros logo passam e podemos acompanhar com tranquilidade as dúvidas do jovem Bilbo (Freeman) ao receber do mago Gandalf, o cinzento (McKellen) a oportunidade de se unir aos treze anões liderados por Thorin Escudo de Carvalho (Armitage) para viver uma inesquecível aventura. Anões tolkianos são baseados quase vikings, então tem barbas protuberantes (menos o coitado do Kili) e se comportam mal à mesa. A bagunça generalizada, mostrando até um Gandalf dado ao vinho, é bem engraçada e a fotografia bem iluminada reforça o clima fraternal entre personagens que não se viam há tempo. Fotografia e cores que ficam mais fracas e sóbrias quando Thorin chega à toca de Bilbo. Para diferenciar tantos personagens na tela, Jackson dá personalidade diferentes aos anões com o desenho das barbas, trejeitos e sotaques diferentes. Notem que, por exemplo, enquanto Thorin tem um sotaque britânico, o de Bifur (Kircher) é mais próximo do jeito escocês (coisas que passarão em branco se você escolher a versão dublada).

Diferente da trilogia anterior, o filme tem um clima mais leve, apesar de não prejudicar a ótima história. Os anões são usados muitas vezes com alívio cômico, com Gandalf sempre tendo que contá-los para ver se todos estavam todos juntos, e nas cenas de batalha não aparece nenhuma gota de sangue, nem mesmo sangue troll (na cena em que Gandalf corta a barriga do rei dos trolls não acontece nada demais). Essa amenização é apropriada e respeita o que Tolkien quis passar no livro (apesar disso não ser motivo para melhorar ou piorar a história que vemos na tela). A parte sombria do filme é corretamente protagonizada pelas charadas feitas no escuro por Gollum (Serkis), personagem dotado de um linguagem corporal fantástica e com um CGI com um bom salto em relação à trilogia anterior. Ou seja, é um filme equilibrado, que vai agradar tanto os sedentos por aventuras quanto aos mais novos que ainda estão conhecendo o universo fantástico. Arrisco ainda dizer que Jackson fez uma homenagem aos Três Patetas com as pancadas que os três Trolls trocam e no visual do Orc Azog, o Profano (Manu Bennett), que lembra muito o vampiro Nosferatu.

"O Hobbit: Uma Jornada Inesperada"

“O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” engloba aproximadamente metade do livro de Tolkien e isso pode prejudicar as continuações. Mas apesar das quase 3 horas, não é um filme que tem problemas com o ritmo. E mesmo com suas qualidades, existem falhas além das citadas no começo. A mais preocupante é que o diretor não consegue dar a todos os anões profundidade, sendo que alguns deles nem abrem a boca durante toda a projeção. Mas ao chegar na conclusão dessa primeira parte, o espectador poderá sair surpreendido da sala de cinema, e esperar com muita ansiedade o próximo encontro na Terra-Média.

[veja também]

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“O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” concorreu ao Oscar 2013 nas categorias Melhor Direção de Arte (Sarah Greenwood e Katie Spencer), Melhor Maquiagem e Penteados (Peter Swords King, Rick Findlater, e Tami Lane) e Melhores Efeitos Especiais (Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, e R. Christopher White).

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".