Guardiões da Galáxia Vol 2 | Crítica | Guardians of the Galaxy Vol. 2, 2017 EUA

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Guardiões da Galáxia Vol. 2 continua divertido e cheio de ação, além de mostrar um leve amadurecimento na narrativa.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2), 2017

Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Vin Diesel, Bradley Cooper, Michael Rooker, Karen Gillan, Pom Klementieff, Elizabeth Debicki, Chris Sullivan, Sean Gunn, Sylvester Stallone, Kurt Russell | Roteiro: James Gunn | Baseado em: Guardiões da Galáxia (Dan Abnett, Andy Lanning) | Direção: James Gunn (Guardiões da Galáxia) | Duração: 136 minutos | 3D: Relevante | Cenas extras

Há dois personagens em Guardiões da Galáxia Vol. 2 que usam, explicitamente e o admitem eventualmente, carapaças para esconder seus sentimentos. É parecido com que o James Gunn faz no segundo filme da franquia (e o décimo-quinto do UCM), com uma camada divertidíssima, épica e até descompromissada que representam a faceta de seus personagens que, no entanto, vivem dramas internos. A aventura então traz personagens já definidos e que aprendemos a gostar no filme anterior, explosões, piadas tanto visuais quanto no roteiro e uma leve sensação de amadurecimento, vinda tanto das páginas do roteiro do quanto do grupo. Isso sem transformar radicalmente qualquer um deles.

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Essa questão da camada é representada metaforicamente já no começo do primeiro ato, durante os créditos de abertura, quando o grupo liderado por Peter Quill/Senhor das Estrelas (Pratt) luta contra um ser cósmico e Gunn foca no adorável Groot (Diesel), ainda na sua versão bebê, dançando e não se importando nem um pouco com a ação ao fundo. Basicamente, a diversão na frente e o que importa atrás. E pensarmos bem, é esse o cerne dessa dita aventura divertida – e o melhor que que Gunn, no papel de diretor e roteirista, consegue fazer uma coisa sem esquecer da outra. E para confirmar isso é só pensar na origem desses personagens.

Peter ainda não sabe os detalhes da sua origem até Ego (Russell) salvar a sua vida e de seus amigos. Gamora (Saldana) foi criado por um louco/titã/megalomaníaco que a criou para ser uma arma viva, assim como Rocket (Cooper) – numa extensão, podemos dizer que os cientistas que o fizeram como é são seus pais; e Drax (Bautista) é um ser amargurado pela destruição da família nas mãos do vilão do filme anterior. Então, num certo ponto de vista, todos esses personagens compartilham problemas que seriam dignos de qualquer psiquiatra, uns mais próximos (Peter e Gamora compartilham o daddy issues) e outros mais distantes, mas com aquela ponta de inocência e esperança representada por Groot.

O que Gunn consegue fazer com maestria e personalidade é manter a plateia unida nessa aventura junto desses personagens ao nos aproximarmos deles. Passamos raiva com a atitude quase mortífera de Rocket ainda no primeiro ato, nos alegramos quando Peter descobre suas origens e nos compadecemos na trama paralela de Yondu (Rooker), que ganha mais destaque nessa produção, e nos divertimos com as reações exageradas (mas para ele aceitáveis) de Drax enquanto Gamora tenta ser a fiel da balança naquela situação um tanto maluca. Basicamente, é o retrato de uma família. Uma família disfuncional, armada até os dentes. Ainda assim, uma família.

Para aprofundar seus personagens e resolver os problemas causados por Rocket com Ayesha (Debicki), Gunn divide a trama em duas partes a partir do segundo ato para então juntá-las no terceiro. Isso dá a oportunidade de conhecer melhor os personagens que se ligam em questões parecidas – Rocket/Youndu e Peter/Gamora. Isso faz com que o filme ganhe uma ligeira extensão na duração, sentida tanto no meio quanto no fim. A questão é melhor resolvida no arco de Rocket com Youndu que consegue acelerar aquele imbróglio usando uma característica muito especial do personagem. Já perto da conclusão, não se espante em perguntar qual é o sentido de tantos tiros se a resposta já havia sido dada alguns minutos antes.

É impossível falar de um filme intergaláctico sem levar em conta o visual da história. Em comparação com o início do filme anterior, essa produção é bem mais colorida. Durante boa parte do filme, a paleta de cores é feita com cores fortes e fortes que vão escurecendo aos poucos no planeta de Ego – a viagem para lá começa praticamente psicodélica para terminar quase como se o sol tivesse parado de bater ali. Isso acontece também, de maneira mais dura, com Rocket tendo de enfrentar personagens numa floresta escura e depois numa espaçonave com pouco iluminação. A fotografia de Henry Braham se mostra essencial para a história e como Gunn estava preocupado também em contar sua aventura de maneira mais inteligente e subentendida, não confiando apenas na diversão pela diversão.

Considerando que a música é um elemento importante e pulsante para a trama, é interessante ver como ela se reflete no roteiro, amarrando elementos importantes na escrita de Gunn. Assim como as fitas k7 mixadas de Meredith (Haddock) para seu filho, a história passeia pela história da música. Pode ser de maneira mais direta – como no prólogo de Ego e Meredith ao som de Brandy (You’re a Fine Girl) da banda Looking Glass – ou mais simbólica dos cenários e personagens, com a já citada psicodelia no planeta de Ego e no adquirido visual punk de Youndu no segundo ato. E podemos ampliar esse escopo de homenagens de novo ao visual do filme se considerar que o design das naves dos Soberanos lembra fliperamas.

E sem querer ser pedante, Gunn deixa espaço também para a piada pela piada. São gags visuais incríveis, a maioria protagonizada por Rocket e Groot, com eventual participação de Youdu – a viagem para o planeta de Ego através de portais é uma das coisas mais engraçadas dos últimos anos no UCM. Até o visual dos Soberanos é de certo modo uma piada: uma raça que (talvez) evoluiu ao ponto de se tornarem seres sem interesse em relações sexuais, dourados da cabeça aos pés e que se vem como perfeitos não se encaixam no visual sujo dos mercenários, o que por si só causa risos – até a música épica dessa raça faz ganha tons pitorescos quando Ayesha encontra Yondu.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 não é um filme totalmente sério como são as aventuras do Capitão Steve Rogers, mas também é injusto vê-lo apenas como uma produção divertida – mesmo que o primeiro filme tenha dado o tom para outros filmes do UCM, como Doutor Estranho e Thor: Ragnarok (pelo menos é o que o trailer passa) – pois seus personagens têm tons variados, passando desde o pastelão para o mais problemático, gente que apesar de ter pele roxa, verde ou azul e poder usar armas cinco vezes o próprio tamanho se identifica conosco, pelo menos em algum nível. A parte da comédia serve para transmitir a mensagem para um público maior que não se importará nem um pouco em rir enquanto tenta decifrar esses personagens.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 concorre ao Oscar 2018 na categoria Melhores Efeitos Visuais (Christopher Townsend, Guy Williams, Jonathan Fawkner e Dan Sudick).

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Créditos: Marvel Studios 2017/Divulgação

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Créditos: Marvel Studios 2017/Divulgação

Guardiões da Galáxia Vol. 2 | Sinopse

Dessa vez os Guardiões da Galáxia, enquanto ainda estão fugindo por pequenos mal-entendidos, se aventuram ao Planeta Ego para descobrir a verdadeira origem de Peter Quill (Gunn). Junto com seus amigos eles causaram mais confusões enquanto tentam manter juntos a sua disfuncional família.

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".