Exorcistas do Vaticano | Crítica | The Vatican Tapes, 2015, EUA

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The Vatican Tapes, 2015

Com Kathleen Robertson, Michael Peña, Djimon Hounsou, Dougray Scott, John Patrick Amedori. Argumento de Christopher Borrelli, Chris Morgan. Roteirizado por Christopher Borrelli. Dirigido por Mark Neveldine (Adrenalina 2: Alta Voltagem).

2/10 - "tem um Tigre no cinema"Acredito que na cabeça de qualquer diretor está se formando um filme excelente, e por isso é complicado desconstruir em palavras a honesta intenção de alguém. Esse já é o quinto trabalho de Mark Neveldine, mas que parece ser um projeto de faculdade de cinema, onde você chama seus amigos tão inexperientes quanto você pra ajudar na camaradagem. Não há qualidade na atuação, a filmagem com a câmera digital é muita estranha – ainda que seja uma assinatura do diretor – e não é eficaz em criar tensão ou medo. Com dois ou três pontos de destaque, Exorcistas do Vaticano é mais um exemplo do mau caminho que estão trilhando o terror. De novo.

A batalha entre o bem e o mal já foi palco de outras produções: exorcismos e a vinda do anticristo já encontraram melhores caminhos antes, e não é estranho que o filme de Neveldine empreste elementos de outras obras. Já visitamos alguns desses signos, seja pelo corvo (Damien – A Profecia 2, 1978) ou a beleza da menina branca, pura e inocente (O Décimo Oitavo Anjo, 1998) e eles são interessantes. Há outros conceitos para dar uma originalidade à trama, sendo o meu preferido o fato de Angela (Dudley) sentir uma sede incontrolável, que pode ter várias interpretações – estaria ela sem água, portanto, fora do batismo? Ou algo mais óbvio, como estar queimando por dentro?

Infelizmente, a produção segue num caminho desinteressante por praticamente mais 90 minutos de projeção. Em primeiro lugar, não há empatia com os personagens – um reflexo da atuação do trio principal – ou suas motivações. E numa segunda análise, eles são bem caricatos como podemos notar na personalidade de Roger (Scott), pai de Angela, um militar durão e católico que não aceita que a filha vá morar com o namorado Peter (Amedori). Namorado, aliás, sem nenhum tipo de história de suporte, sem personalidade, mas que não merece ser tratado como um boçal pelo pai da protagonista. E o padre Oscar (Peña) está tão perdido quanto os outros, e não dá para acreditar em uma palavra que sai da boca dele. Em certos momentos, a impressão é que ele está até com vergonha de dirigir certas linhas de texto para Roger.

A essa altura já fica óbvio que o roteiro é escrito com uma série de conveniências. Por exemplo, como acreditar que uma unidade neonatal fica sem guarda nenhuma, permitindo que a já perturbada Angela quase afogue um bebê? E voltando ao tema sustos, estamos tão acostumados com a velha tática de virar o rosto e estar lá alguma coisa naquele exato momento que já estamos anestesiados, e é fácil ver quando e de onde vem a (não tão) surpresa. E que filme de terror esse que resolve não mostra um policial se cegando? Ainda que não seja a intenção ser gore, a cena poderia ser menos sutil.

Exorcistas do Vaticano | Cartaz nacional

O que salva o filme de ser um completo desastre é o desfecho. No fim, há um lampejo de criatividade que não chega a salvar o filme, mas que ao menos traz uma vontade de fazer algo pouco usual. Além disso, Exorcistas do Vaticano – que não tem exorcismo nenhum, mas deve se culpar a distribuidora nesse caso – tem poucos momentos de destaque, como a dissonante e interessante música de Joseph Bishara – o mesmo de Sobrenatural 2 e Sobrenatural: A Origem – e o estilo câmera na mão indicando uma presença constante em volta de Angela. Porém, pelo fato de não causar terror no espectador, e bem da verdade não causa nada a não ser indiferença, será mais uma daquelas produções a ser esquecida assim que os créditos começam.

Sinopse oficial

Após cortar o dedo acidentalmente, a jovem Angela Holmes (Olivia Taylor Dudley) começa a ter um efeito devastador sobre as pessoas. O vigário da comunidade, Padre Lozano (Michael Peña), examina Angela e acredita que ela está possuída. Mas quando o padre Imani (Djimon Hounsou) e o cardeal Bruun (Peter Andersson), especialistas em exorcismo, chegam do Vaticano para ver a garota, eles descobrem uma força satânica mais ancestral e poderosa do que poderiam imaginar.”

Veja o trailer de Exorcistas do Vaticano

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".