Duro de Matar: Um bom dia para Morrer | Crítica | A Good Day To Die Hard, 2013, EUA

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Duro de Matar: Um bom dia para Morrer é o melhor subtítulo – depois desse desrespeito com a franquia, é um bom dia para morrer mesmo.

Duro de Matar: Um bom dia para Morrer | Crítica

Com Bruce Willis, Jai Courtney, Sebastian Koch, Yuliya Snigir, Radivoje Bukvić e Cole Hauser. Roteirizado por  Skip Woods (X-Men Origens: Wolverine). Dirigido por John Moore (Max Payne).

4/10 - "tem um Tigre no cinema"Esse é um bom dia para morrer: a frase cai como uma luva para a franquia “Duro de Matar”. O filme anterior tinha um roteiro aquém da média que a trilogia anterior, mas ainda agradava ao misturar ação e diversão e um cenário moderno. O que temos nesse novo capítulo é uma tentativa de ser “Duro de Matar”, e que apenas esbarra nos pés dos originais. Junte um diretor perdido e uma tentativa pífia de apresentar um heroi de ação para manter o futuro da saga, e a sensação é que esse filme genérico apenas leva o título por conta de um solitário “Yep Ka Yay, Motherfucker“.

John McLane (Willis) está de férias. E descobre que o filho Jack (Courtney) está preso na Rússia por tentativa de assassinato, e consegue uma audiência especial ao dizer que foi a mando de uma figura expressiva no momento, Yuri Komarov (Koch). O russo está na mira do secretário de segurança Viktor Chagarin (Kolesnikov) pois, aparentemente, Komarov tem um dossiê que acabaria com a carreria do político.

Ao chegar no país para suas férias forçadas, Woods faz que John use a mais batida das piadas, que é tentar falar uma frase na língua do país, e errando para a mais coisa mais nada a ver do mundo. Mas o roteirista e o diretor criam um bom cenário que vai ser importante mais para frente. No entanto, Moore não consegue se controlar na apresentação da história. Se o slow-motion funciona quando John vê o filho preso, não é o mesmo em toda as outras sequências. Antes, quando o pai descobre o paradeiro do filho, o diretor usa uma desnecessária câmera na mão para passar um sentimento que não condiz com a situação. Uma câmera mais estável enfatizaria perfeitamente o que John estava sentindo. Mas Moore foi escalado para um filme de ação, então vamos fazer tudo tenso, que é disso que o gênero precisa!

Mesmo de férias, John ainda tem o mesmo bom senso de justiça, para não dizer maluco. Apesar de isso ser uma marca da série, o policial sempre foi mais preciso nas suas desventuras anteriores, tentando deixar fora do fogo cruzado gente inocente. Por isso é de se espantar que ele tenha passado com um SUV por cima de meio mundo que estava parado numa rodovia russa, e talvez matado pelo menos metade dos motoristas. A mesma coisa quando ele atrai os tiros para si para proteger o filho. Ora, que importa os russos em volta? Afinal, eles são russos. Bem da verdade, John não liga muito para o mundo explodindo em volta dele. O personagem sempre foi meio doido, mas inconsequência nunca foi parte da personalidade dele. Para não dizer que a sequencia é perda de tempo pura, a perseguição nas ruas de Moscou é plasticamente ótima, e demorou quase três meses para ser concluída.

Sem muita surpresa, Jack se revela como um agente da CIA, e critica a presença do pai que o atrapalhou na extração de Komarov do país. As férias de John vão ser interrompidas para poder ajudar o filho a cumprir a missão. Perseguição, explosões e piadas (fracas, diga-se de passagem) vão ser constantes. É uma tática para esconder os problemas do roteiro. Por exemplo, se Kamarov era um personagem tão importante e altamente visado, como é permitido que a sala de julgamento fique lotada de gente? E é difícil de engolir as coincidências do roteiro. É claro que existe uma cegonha de carros para que John passe de um nível ao outro da estrada com facilidade; ou coisas para amortecer quedas de vários andares; ou um produto quase mágico que neutraliza radiação; um carro lotado de armas sem segurança nenhuma; e ainda a total falta de planos, que só funcionam por essas coincidências. E você se incomodou por dizer aqui várias vezes que John estava de férias? Pois ele diz a mesma frase várias vezes durante a projeção.

"Duro de Mata: Um Bom Dia Para Morrer" - poster brasileiro

Gostaria de dizer que “Duro de Matar: Um bom dia para morrer” não é decepcionante. Mas seus poucos bons momentos não salvam a história. Posso citar a música tensa e que acompanha as batidas do coração num encontro que acontece no salão de festas de um hotel, o interessante plot twist e a sequencia de uma certa queda no fim, mas que não ajudam essa bomba. Depois de sair da sala, é triste pensar que esse possa ser o encerramento da saga de John McLane. O filme tenta se justificar com uma frase de Jack que diz ao pai “eu achava que você improvisava tudo enquanto ia”. E apesar desse ser o espírito do filme não dá para aceitar. A impressão é que estamos sendo tratados como idiotas, e que engoliríamos qualquer coisa com o nome “Duro de Matar” e “John McLane” na tela. É uma história fraca com um final piegas, que não respeita os fãs, e se segura apenas na presença de Willis. Que venha uma continuação, que o ator já disse que acontecerá, e que contratem gente decente para dar um final digno para a série. Tanto McLane como a série merecem.

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About TIAGO

TIAGO LIRA | Criador do site, UX Designer por profissão, cinéfilo por paixão. Seus filmes preferidos são "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Era uma Vez no Oeste", "Blade Runner", "O Império Contra-Ataca" e "Solaris".